A compreensão das dinâmicas territoriais afrorreligiosas a partir da perspectiva da afro-territorialidade: um estudo sobre o processo de constituição, organização e difusão do Candomblé Kétu

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Melo, Emerson Costa de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Instituto de Geografia
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Geografia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/13220
Resumo: O presente estudo, situado em debates geográficos elaborados sob a crítica cultural, tem como característica propositiva apresentar a afro-territorialidade como uma perspectiva teórico-conceitual, constituída a partir da compreensão do movimento de (re)territorialização dos povos yorubá, os quais, diante às nuances históricas de opressão do sistema mercantilescravagista, conseguiram agenciar, num primeiro momento de sua história em terras brasileiras, estratégias autônomas que garantissem a retomada de sua humanidade e articular mecanismos de resistência que garantissem, também, o (re)estabelecimento de suas práticas culturais e religiosas. A partir do processo de constituição dos terreiros de candomblé kétu, ainda no final do século XVIII e início do XIX. Trata-se de um conceito que coloca em debate as dinâmicas territoriais dos terreiros de candomblé, respeitando as peculiaridades de suas tradições. Para tanto, invocou-se os conceitos de energia vital, palavra, oralidade, família e ancestralidade comuns em sociedades negro-africanas, considerando estes como os alicerces das práticas afrorreligiosas, o que torna possível indagá-las como sendo os pressupostos do conceito em tela. Salienta-se que o debate encaminhado foi realizado a partir de análises sócio-históricas pontuais, com base em bibliografia específica sobre o tema e, ainda, de experiências vividas junto aos membros e terreiros de candomblé de tradição kétu de diferentes cidades, como: São Paulo, Salvador, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina; processo investigativo resguardado pelos pressupostos interpretativos do Método Fenomenológico, orientado pelo prisma da afrocentricidade que reconhece a história, o protagonismo e a autonomia do agente negro na constituição de suas próprias territorialidades, fator relevante a ser considerado, pois historicamente as tradições e costumes de origem negra no Brasil foram retratadas sob valores, muita das vezes, alógenos à sua realidade. Portanto, a afro-territorialidade, moldada sob tais abordagens epistemológicas, fora grafada a partir do reconhecimento e valorização das tradições de antigas civilizações negro-africanas (dentre elas a yorubá, utilizada aqui para fundamentar a presente tese) que contribuíram para a constituição dos terreiros de candomblé. Logo, esta pode ser compreendida como um constructo cultural mítico-simbólico e filosófico que, enquanto um fenômeno de agenciamento territorial, compreende às diferentes formas dos sujeitos se relacionarem com o espaço, tanto em dinâmicas territoriais inerentes ao fluxo de atividades celebradas no interior dos terreiros, quanto naquelas realizadas nos diferentes lugares e paisagens que se estendem para além