Efeito neuroprotetor da cafeína nos transtornos comportamentais e na resposta inflamatória em camundongos expostos à radiação ionizante no cérebro
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Biociências |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22149 |
Resumo: | Introdução: A radioterapia é uma das principais intervenções no controle de tumores cerebrais e metástases. Embora os benefícios do tratamento se sobreponham aos riscos associados a esta prática, a radiação pode interagir com o tecido saudável adjacente e comprometer a qualidade de vida do paciente pós tratamento. Uma das consequências desta interação é a indução de processo inflamatório crônico que prejudica a homeostase do tecido nervoso contribuindo para alterações comportamentais e cognitivas. Em contrapartida, a cafeína, em diversos estudos relacionados a doenças neurodegenerativas, têm demonstrado potencial anti-inflamatório e capacidade de desacelerar a progressão das mesmas. Objetivo: Avaliar se a cafeína administrada de forma contínua é capaz de mitigar a neuroinflamação e as alterações comportamentais em camundongos com cérebros irradiados. Metodologia: Camundongos C57BL/6 machos foram divididos em quatro grupos (C- controle, I- irradiado, Ca – cafeína, ICa – irradiado + cafeína). Os grupos I e ICa foram irradiados no cérebro com dose única de 10 Gy, utilizando fótons de raios-X, no irradiador SARRP (DCR/ UERJ). Os grupos Ca e ICa receberam cafeína, administrada de forma ad libitum (0,25 g/L) e diariamente por todo o período experimenta. O comportamento dos animais foi avaliado através dos testes de Campo Aberto e Reconhecimento de Objetos que foram realizados do 15º ao 18º e do 90º ao 93º dias após a irradiação e o início do consumo de cafeína. Após os testes comportamentais do último período ,os cérebros foram perfundidos para análise por imunofluorescência de Iba-1 e TNF-α, na região do hipocampo e o plasma foi obtido para realização do teste de ELISA para análise do TNF-α plasmático. Resultados: Do 15º ao 17º dia, a atividade locomotora na periferia do campo aberto dos grupos I e Ca foram menores do que a do grupo C, sendo as diferenças mais pronunciadas nas sessões dos dias 16 e 17. No 15º dia, a atividade do grupo ICa foi significativamente maior que a dos demais grupos na primeira sessão e apresentou uma redução marcante nos dias consecutivos. Do 90º ao 92º dia, o grupo I apresentou menor atividade e não foram observadas diferenças significativas entre a atividade dos grupos C, Ca, ICa. No teste de reconhecimento de objetos realizados tanto no 18º como no 93º dia, a irradiação promoveu uma redução na exploração do objeto cuja posição foi modificada. O tratamento com cafeína mitigou este efeito e o grupo ICa não diferiu dos grupos C e Ca que apresentaram um aumento no percentual de exploração do objeto cuja posição foi modificada.. Na presença da cafeína foi possível observar redução da imunomarcação para TNF-α e aumento na imunomarcação de Iba-1, o que sugere sua capacidade de interromper ou mitigar a neuroinflamação. Conclusão: O consumo oral e diário de cafeína após irradiação do cérebro total, indicou uma melhora significativa da neuroinflamação e das alterações comportamentais radioinduzidas. Os transtornos comportamentais e moleculares foram visivelmente amenizados no grupo que consumiu cafeína durante 3 meses após a irradiação. Apesar da necessidade de estudos complementares, abriu-se uma possibilidade de um novo método terapêutico farmacológico para o tratamento dos efeitos colaterais causados pela radiação ionizante. |