Avaliação dos efeitos da exposição aos BTEX (benzeno, tolueno, etilbenzeno e xilenos) no genoma dos trabalhadores de postos de combustíveis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Figueredo, Fábio Santiago
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/8527
Resumo: BTEX (benzeno, tolueno, etilbenzeno e xilenos) são compostos aromáticos usados como solventes de combustíveis, que são reconhecidamente tóxicos e carcinogênicos. Trabalhadores dos postos de combustíveis são expostos cronicamente a essas substâncias químicas. A susceptibilidade individual desses trabalhadores, assim como os efeitos precoces dessa exposição são discutidos em três artigos, como a seguir: Artigo 1- A frequência das alterações nos cromossomos (ACs) dos linfócitos do sangue periférico é considerado um biomarcador de efeito precoce, sendo importante na prevenção de doenças oncológicas ocupacionais. Foram avaliados 60 trabalhadores pela técnica de FISH, aplicando-a nos cromossomos 1, 2 e 4, além de exames laboratoriais, avaliação médica e sociodemográfica. Encontramos uma população jovem (mediana: 36 anos), contudo com um longo período de exposição (mediana 16 anos) e uma alta frequência populacional de ACs (9.3/1000 metáfases). Dos trabalhadores, 16,6% (10/60) apresentaram mais de 10 alterações por 1000 metafases, sendo as translocações, a mais frequente (43,6%). A análise estatística revelou uma diferença significativa na cor da pele (P = 0,002). Portanto, é altamente provável que a frequencia elevada de ACs esteja correlacionada com a exposição occupacional aos BTEX. Artigo 2- Relatamos os casos de duas mulheres, trabalhadoras de posto de combustíveis, com sintomas de intoxicação por BTEX e relatos de abortos. Em ambos os casos foram identificados rearranjos complexos nos cromossomos pela técnica de FISH (caso 1: 46,XX,der(1)t(1;4),der(4)t(1;4;?),ace(1),ace(1); caso 2- der(4)ins(2;4)). Foi encontrado ainda um tipo raro de células NK (NKbright) no sangue periférico destas trabalhadoras. Assim, este foi o primeiro estudo a sugerir uma possível relação causal entre a depleção do efeito de citotoxicidade das células NK, aborto no primeiro trimestre e rearranjos complexos nos cromossomos. Artigo 3 - Artigo caso-controle em que foram avaliados 114 trabalhadores e 115 controles, utilizando-se dois tipos de biomarcadores: um de efeito precoce (ACs pela técnica de FISH) e outros de susceptibilidade (genotipagem dos polimorfismos RAD51/G135C, ATM/P1054R e CHEK2/T470C). Encontramos uma frequência elevada de ACs (9,8 ACs/1.000). Dos trabalhadores, 19,1% apresentaram um número elevado de ACs. Foi observado, também, nos trabalhadores com frequencias elevadas de ACs (grupo 2) uma maior proporção de mulheres (P = 0,035), baixos níveis de monócitos (P = 0,024), assim como a não confiaça no fornecimento automático de combustível (P = 0,027). A presença do polimorfismo RAD51 / G135C (P = 0,011) foi associada aos trabalhadores quando comparado aos controles, e também ao número de ACs por trabalhador (P = 0,008). A especificidade RAD51 / G135C para detectar trabalhadores com ACs foi de 87%, enquanto 79% para ATM/P1054R. Nenhuma variante de alelos foi encontrada para CHEK2/T470C. Desta forma o polimorfismo RAD51/G135C é um promissor marcadores de suscetibilidade ao desenvolvimento de câncer.