Alterações clínicas e laboratoriais relacionadas à exposição crônica ao benzeno, tolueno, etilbenzeno e xilenos nos trabalhadores de postos de combustíveis na cidade do Rio de Janeiro
Ano de defesa: | 2019 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18522 |
Resumo: | Frente à necessidade da proteção e da promoção à saúde do trabalhador de postos de combustíveis (TPC), fez-se oportuno estudar os efeitos do benzeno, tolueno, etilbenzeno e xilenos (BTEX) que diariamente são expostos a hidrocarbonetos nocivos, para avaliar as queixas clínicas, as alterações laboratoriais e os efeitos genotóxicos nos TPC. Trata-se de um estudo quantitativo de caso-controle e, qualitativo com aplicação de questionário com perguntas semi-estruturadas, realizado em quatro postos de combustíveis, distribuídos aleatoriamente, no município do Rio de Janeiro. Indivíduos saudáveis, sem exposição ao BTEX e na mesma faixa etária, foram utilizados como controles. A influência do tempo de exposição foi dividida em dois grupos arbitrariamente: grupo 1 (G1), com curto tempo de exposição, ≤ 3 anos; e grupo 2 (G2), com maior tempo de exposição, > 3 anos. Foram estudados 89 frentistas (50,5% M e 49,5% F) e 127 controles (54,5% M e 45,5% F). Dois pacientes internados em nosso hospital, previamente apresentados ao BTEX, também foram incluídos. Os questionários mostraram queixas de cefaleia (32%) e fadiga (20%), lipotimia (11%), e menos comumente: insônia (5%), sonolência (4%), irritabilidade (3%) e prurido (1%). As alterações hematológicas mais encontradas foram anemia (21,6%), leucocitose (11,4%) e policitemia (5,7%). A anemia normocítica e normocrômica foi observada em 5% das amostras obtidas, não associada à maior taxa de LDH. Quanto aos testes hepáticos, a gama glutamil-transferase encontravam-se aumentada em 6,3% como também a LDH, bilirrubina e AST. O histórico de alcoolismo foi encontrado em 12% dos TPC. O teste de micronúcleo (MN) foi significativo para o grupo total de trabalhadores (P = 0.34). A frequência de micronúcleos foi significativamente elevada no grupo de frentistas (35,5%), quando comparada ao grupo controle (11,8%). O ensaio cometa revelou-se aumentado no grupo dos TPC (40/ 44,5% cometas nos 89 frentistas analisados, variando em todas as classes, e 18/14,2% dentre os 127 não-expostos). Quanto ao comprimento destes, foram significativamente maiores para o G1 (P = 0.01) e para o total de trabalhadores (P = 0.01). Para o G2 o significado foi limítrofe (P = 0.05). Os resultados indicaram danos ao DNA. O presente estudo comprovou agravos a saúde dos TPC com as queixas clínicas, alterações laboratoriais e testes de genotoxicidade e se faz necessário medidas urgentes para prevenção. A insuficiente rotina de cuidados de saúde dos trabalhadores ficou em discussão. |