Avaliação da função do endotélio microvascular sistêmico e peniano e da pressão arterial sistêmica após o uso do citrato de sildenafila em hipertensos com disfunção erétil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Verri, Valeria
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/8545
Resumo: A disfunção erétil (DE) vasculogênica é um problema de saúde de alta prevalência e tem relação direta com um risco cardiovascular (CV) aumentado. Os inibidores da fosfodiesterase 5 (iPDE5), além de tratar a DE, por terem a propriedade de aumentar a biodisponibilidade do óxido nítrico, seriam promissores para o tratamento da hipertensão arterial sistêmica e melhora da função do endotélio vascular. Este estudo teve como objetivo principal avaliar o efeito agudo e crônico do citrato de sildenafila (SIL) na função do endotélio microvascular sistêmico e peniano e na pressão arterial sistêmica (PA) de hipertensos com DE. Trata-se de um estudo clínico, prospectivo, randomizado, duplo cego, controlado com placebo e do tipo cruzado. Foram incluídos 57 homens hipertensos e com DE, com idade média de 57,7 ± 5,8 anos e 50 indivíduos normotensos, pareados para a mesma faixa etária. Para avaliar a função erétil foi utilizado o Índice Internacional de Função Erétil simplificado (IIEF-5). A avaliação da função endotelial microvascular, medida no antebraço e no pênis, foi realizada através da técnica de fluxometria microvascular cutânea por laser speckle (LSCI), acoplada a iontoforese de acetilcolina. Todos os voluntários foram submetidos à LSCI antes e 1 h após o uso de SIL 100 mg por via oral. Posteriormente, apenas os hipertensos foram randomizados para avaliação do efeito crônico de SIL. Eles foram tratados por quatro semanas com SIL, 50 mg duas vezes ao dia ou placebo, em duas etapas, com um período de 30 dias de washout entre os tratamentos. O registro da pressão arterial, em cada etapa de tratamento, foi realizado através da medida da PA no consultório e da monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA) de 24 h. Os hipertensos tiveram as médias das variáveis antropométricas e laboratoriais significativamente maiores em relação aos normotensos. Após 100 mg de SIL, a pressão arterial média reduziu -4,6±8,3 mmHg nos normotensos e -8,2± 14,6 mmHg nos hipertensos. A avaliação da reatividade microvascular peniana revelou aumentos significativos nos valores basais da condutância vascular cutânea (CVC), do pico de CVC e da área sob a curva (ASC) de vasodilatação, tanto nos normotensos quanto nos hipertensos (p=0,002, p=0,0001 e p=0,001) e (p<0,0001, p=0,004 e p=0,001), respectivamente. A densidade capilar basal foi maior nos hipertensos do que nos normotensos; o mesmo ocorreu durante a hiperemia reativa pós-oclusiva (HRPO). Após o tratamento por quatro semanas com SIL, houve redução significativa da PAD (p=0,003) na MAPA de 24h, mas não com o placebo. A função erétil, medida pelo IIEF-5, teve melhora significativa (p<0,0001) apenas após o tratamento com SIL. A função microvascular peniana melhorou de forma significativa após SIL [CVC basal; p=0,004, pico de CVC; p=0,001, ASC; p=0,003], mas não com o placebo. Não houve diferença à iontoforese de ACh no antebraço, quanto ao efeito agudo e crônico de SIL. Conclusão: Em pacientes hipertensos e com DE, a administração aguda e crônica da sildenafila, além de otimizar a qualidade da função erétil, promoveu melhora da função microvascular peniana e redução da pressão arterial sistêmica.