Coletivo ético e político: uma análise cartográfica interdiscursiva sobre a volta às aulas durante a pandemia de Covid-19.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Campos, Bibiana Wist de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18872
Resumo: Diante dos rearranjos materiais e físico-emocionais que a pandemia de Covid-19 nos impôs, o papel da escola e da educação tem sido redefinido no plano concreto e no plano das ideações. É nesse movimento, também estabelecido como campo de disputas, que responsáveis por estudantes da rede municipal do Rio de Janeiro se viram convocados a se manifestarem e se posicionarem sobre o retorno às aulas presenciais. A partir da teoria metodológica da cartografia (PASSOS; KASTRUP e ESCÓSSIA, 2009 [2015]); (PASSOS, KASTRUP e TEDESCO, 2014 [2016]) que vem sendo praticada em nosso país, em diálogo com os teóricos Gilles Deleuze, Felix Guattari (1980 [1995]) e Suely Rolnik (2006 [2016]), são feitas análises cartográficas dos discursos (DEUSDARÁ, ROCHA, 2021) do Movimento de Mães, Pais e Responsáveis pela Escola Pública Municipal Carioca - MovEM-Rio. A cartografia se caracteriza por acompanhar processos, propor intervenções e valorizar o envolvimento do pesquisador com a sua pesquisa. O conhecimento é entendido como invenção porque interfere e transforma a realidade. Além disso, a cartografia mapeia os coletivos de forças moventes e investiga as produções de subjetividades. Conceitos como os de prática discursiva (MAINGUENEAU, 1984 [2008]), que propõe o encontro do texto com a comunidade que o apoia e é apoiada por ele; interdiscurso (PÊCHEUX, 1975; COURTINE e MARANDIN, 1981; MAINGUENEAU, 1987 [1989]; DEUSDARÁ e ROCHA, 2021), com os protocolos de segurança apresentados pela prefeitura e com as notícias de aumento no número de mortes por covid-19; de estereótipo (AMOSSY, 2005 [2016]), nas construções cristalizadas a respeito do trabalho do professor durante a pandemia, dentre outros, serviram como dispositivos para as análises. A questão do retorno às aulas envolve a sociedade como um todo, - mesmo aqueles que não estudam ou não convivem diretamente com estudantes -, por isso a decisão de voltar às aulas presenciais (bem como as políticas necessárias para viabilizar isso) deveria passar pelo âmbito governamental, público e social, e não ser uma responsabilidade individual. A função da escola pública na sociedade também é um ponto de interesse dessa pesquisa e as questões da alimentação dos estudantes e da vacinação da sociedade tiveram destaque nesse percurso. Esta pesquisa buscou narrar e acompanhar os processos de retorno às aulas e analisar possíveis produções de sentido dos discursos dos ativistas do MovEM-Rio e dos que interagiram nas redes sociais do grupo. Assim, também contribui para registro desse momento histórico que vivemos, especialmente no âmbito da educação pública municipal do Rio de Janeiro.