Proteína C reativa e risco cardiovascular em crianças e adolescentes: estudo caso-coorte
Ano de defesa: | 2013 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/8767 |
Resumo: | Presenciamos o aumento da prevalência mundial da obesidade infantil. O excesso de peso leva a alterações metabólicas, que somadas a um estado inflamatório de baixa intensidade dão início ao processo aterosclerótico. A proteína C reativa ultra-sensível (PCR-us) é um biomarcador inflamatório e já foi associada aos fatores de risco tradicionais para as doenças cardiovasculares. O presente estudo foi do tipo caso-coorte, e teve por objetivo principal verificar a associação da PCR-us com fatores de risco cardiovascular em crianças e adolescentes, de ambos os sexos, com e sem excesso de peso. A amostra foi composta por estudantes de duas escolas municipais de Niterói, Rio de Janeiro. Os participantes tinham 6 a 14 anos de idade. Foram aferidos o peso, a estatura, a circunferência de cintura (CC) e a pressão arterial (PA). Também foram dosados o colesterol total, a lipoproteína de alta densidade, os triglicerídios, a glicose, a insulina plasmática e a PCR-us. Calculou-se a lipoproteína de baixa densidade e o índice de massa corporal por idade e sexo. Coletamos, ainda, informações sobre a maturação sexual, através de questionários autoaplicáveis. Para a comparação das variáveis categóricas foram utilizados os testes de Qui-Quadrado ou Teste Exato de Fisher. As associações foram observadas neste estudo através das razões de prevalências. Para análise multivariada foi utilizado o modelo Log linear. No total, 361 crianças e adolescentes foram avaliados, sendo 170 de 6 a 9 anos e 191 de 10 a 14 anos. O excesso de peso foi detectado em 82 crianças (48,2%) e 79 adolescentes (41,4%). As 161 crianças e adolescentes com excesso de peso compuseram o grupo de casos, e 289 fizeram parte do grupo controle. Observamos que o excesso de peso associou-se significativamente com a CC aumentada (RP = 1,96, IC95% [1,62 - 2,37]), PA elevada (RP = 1,11, IC95% [1,00 - 1,22]), hiperinsulinemia (RP = 1,07, IC95% [1,01 - 1,14]), hipertrigliceridemia (RP = 1,15, IC95% [1,06 - 1,24]) e PCR-us elevada (RP = 1,14, IC95% [1,03 1,25]). Nos escolares com PCR-us elevada, encontramos associação entre o excesso de peso e CC aumentada (RP = 2,35, IC95% [1,45 3,82]). Porém, não observamos interações entre o excesso de peso e PCR-us elevada e CC aumentada (p = 0,31). Os resultados do presente estudo apontam para maior frequência de fatores de risco cardiovascular em crianças e adolescentes com excesso de peso. Adicionalmente, encontramos associação entre a CC aumentada e o excesso de peso, naqueles com níveis de PCR-us elevados. É de fundamental importância a prevenção da OB na infância e adolescência, uma vez que as alterações metabólicas provocadas pelo peso excessivo podem estar presentes em idade precoce e dar início ao processo aterosclerótico. Mais pesquisas são necessárias para demonstrar a associação da PCR-us com as comorbidades relacionadas ao excesso de peso nessa faixa etária. Além disso, seria de grande valia que um ponto de corte de risco para a PCR-us fosse estabelecido para essa população. |