Dinâmica de comunidades bentônicas do entremarés de costões rochosos como instrumento de monitoramento de efeitos de eventos extremos no Sudoeste do Atlântico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Valença, Marcela Ferreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Faculdade de Oceanografia
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Oceanografia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22942
Resumo: As comunidades bentônicas de costões rochosos têm sido indicadas como extremamente vulneráveis a eventos extremos associados às mudanças climáticas. Apesar disto ser bem estabelecido na literatura, estes registros e os limites que definem um evento extremo são escassos nas regiões tropicais. Neste trabalho foram acessados dados climatológicos e oceanográficos de 6 estações meteorológicas entre 19º21' S e 25º30' S e da base de dados oceanográficos da boia de monitoramento do Rio de Janeiro (RJ-3), a fim de delimitar valores meteo-oceanográficos que definem um evento climático extremo para utilização em estudos de comunidades bentônicas no Sudoeste do Atlântico. A partir da distribuição de frequência dos dados foram selecionados, os intervalos correspondentes a 1% (percentil 99) dos maiores e/ou menores valores a depender da variável, que retornaram os seguintes limites para eventos extremos: Precipitação superior a 42 mm.dia-1; Temperatura do ar superior a 29,8ºC e inferior a 9,2ºC; Velocidade de vento superior a 3,3 m.s-1; Direção dos ventos com concentração em um quadrante ou de quadrantes não usuais, como o Leste e Oeste em algumas localidades; Temperatura da superfície do mar superior a 31°C e inferior a 17,75°C; Altura máxima de onda superior a 4,06 m; Altura significativa de onda superior a 2,54 m e Períodos de onda superior a 9,2 m.s-1. Foi também avaliada a estrutura e dinâmica de comunidades do entremarés de dois costões rochosos localizados na região da Ilha Grande, RJ: das enseadas de Dois Rios e Jorge Grego, procurando associar estes dois processos. Para isto, foi utilizada a metodologia baseada no protocolo da Rede de Monitoramento de Habitats Bentônicos Costeiros – ReBentos, que divide os costões em cinco transecções verticais e que na região, vem sendo monitorados desde 2014. Em cada transecção, foram demarcados quadrates e fotografados periodicamente. Neste estudo, foram utilizados os intervalos de amostragem trimestrais dos anos de 2022 e 2023 (agosto de 2022, novembro de 2022, fevereiro de 2023 e julho de 2023) e semestral (período seco e chuvoso) dos anos de 2018 e 2019 (setembro de 2018 e agosto de 2019) das faixas de distribuição de Chthamalus bisinuatus, Tetraclita stalactifera e Petaloconchus varians. A amostragem foi realizada, por meio de fotografias dos quadrates, a partir da qual foram feitas a identificação e quantificação das espécies sésseis, estimada pela porcentagem de cobertura em cada quadrate. Os efeitos de condições climáticas extremas mais comumente reportados sobre as comunidades bentônicas são a ocorrência de eventos de mortandade em massa e alterações na estrutura das comunidades, em resposta principalmente a extremos de temperatura do ar ou da água, e da ação de ondas de tempestade. Dentre estes efeitos, foi possível identificar, uma ação extrema de ondas em Dois Rios, em agosto de 2019 capaz de reiniciar o processo sucessional de toda a comunidade, causando efeitos mais leves em Jorge Grego. A ocorrência de eventos extremos têm não apenas se intensificado, mas sofrido combinações que causam mudanças na estrutura de comunidades bentônicas e por isso, seu monitoramento é cada vez mais necessário.