Transformações na indústria audiovisual brasileira no período Ancine 2003-2018: políticas e processos de internacionalização

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Assmann, Alexandre Miguel
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Comunicação Social
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Comunicação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/21854
Resumo: O objetivo desta pesquisa é compreender as transformações na indústria audiovisual brasileira ocorridas durante o período de funcionamento da Agência Nacional do Cinema (Ancine) entre os anos de 2003 e 2018, com foco nos processos e políticas de internacionalização do cinema. Com base na Economia Política da Comunicação e nos estudos da Economia de Mídia, tomando como ponto de partida as ações da Ancine, temos como pressuposto que a economia, as políticas audiovisuais e os fluxos internacionais se desenvolvem através de relações de interdependência e, portanto, podem ser melhor analisados em conjunto. Procuramos assim: analisar o desenvolvimento histórico das políticas para o audiovisual até o ano de 2018; investigar os processos de cooperação e internacionalização do cinema brasileiro liderados pela Ancine durante o período; e identificar as transformações econômicas na indústria audiovisual, tanto no mercado interno quanto na internacionalização de sua produção. Após um período de esvaziamento das políticas audiovisuais no início dos anos 1990, a criação da Agência Nacional do Cinema buscava estabelecer uma nova relação entre Estado e indústria, através da implementação de políticas estruturantes e sustentáveis no longo prazo. Argumentamos que no período de funcionamento da Ancine até 2018, a política para o audiovisual, a despeito de inconstâncias do setor cultural, conseguiu se desenvolver sem grandes rupturas, apesar de permeada por diversas disputas entre os agentes envolvidos. Assim, foram realizados avanços, ainda que com limitações. Mesmo com o crescimento de políticas e programas de fomento direto, a dimensão de internacionalização teve uma importância secundária frente à priorização do mercado interno. De maneira similar à política para o mercado interno, o foco das políticas internacionais privilegiou o elo da produção, tendo menor preocupação com a circulação dos produtos audiovisuais, o que também é observado nas iniciativas de cooperação com países dos espaços latino e ibero-americano. O aumento na produção foi reforçado no período com a inédita integração entre cinema e televisão sob um mesmo conjunto audiovisual. Ainda assim, não ensejou similar aumento na participação de público dos filmes brasileiros totais ou em coprodução internacional, mesmo que tenha ampliado a quantidade de títulos lançados dentro e fora do país. No mercado interno, as grandes majors dos Estados Unidos seguem possuindo os melhores resultados de mercado. A distribuição dos filmes brasileiros, porém, passa a ser realizada majoritariamente por empresas nacionais após um período de predomínio das empresas estrangeiras. Contudo, este processo se estabeleceu através de uma nova concentração interna entre as distribuidoras nacionais. O setor exibidor apresentou ampliação e descentralização das salas de cinema no território nacional sem, contudo, alterar de forma significativa a concentração nos maiores grupos exibidores. Frente aos novos desafios que se colocam para o futuro, é essencial que sejam discutidas políticas de informação regionais que possam orientar ações de cooperação multilaterais, além de uma necessária discussão regulatória sobre os serviços de vídeo por demanda que se configuram como o próximo vetor de mudanças na indústria audiovisual.