A materialidade nos relatórios de sustentabilidade: desenvolvimento de um modelo analítico aplicado ao setor da construção civil brasileira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Vieira, Igor Laguna
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Faculdade de Engenharia
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16955
Resumo: A indústria da construção civil exerce grande influência no cenário brasileiro e mundial, possuindo um alto potencial em gerar impactos nas questões relacionadas ao desenvolvimento sustentável. Para relatarem esses impactos, é crescente o número de empresas, inclusive desse setor, que utilizam o modelo de relatório de sustentabilidade da Global Reporting Initiative (GRI). Devido à heterogeneidade dos stakeholders relacionados à essas organizações, torna-se um desafio determinar quais informações devem ser divulgadas nesses relatórios, ou seja, aquelas que são chamadas “materiais”. Observa-se também uma carência de estudos sobre métodos quantitativos que envolvam essa materialidade, o que poderia reduzir a subjetividade nesse processo. Nos poucos estudos encontrados na literatura, as ferramentas propostas não são utilizadas para a avaliação de relatórios publicados, mas para subsidiar a produção de novos. Além disso, nenhum deles é voltado especificamente para o setor da construção civil. Para preencher essa lacuna de pesquisa, esta tese propõe, aplica e discute um modelo baseado no método “Analytic Hierarchy Process (AHP) com medição absoluta” para avaliar a questão da materialidade de relatórios no padrão GRI de empresas brasileiras do setor da construção civil. As organizações selecionadas foram aquelas que publicaram seus relatórios de sustentabilidade nas Normas GRI desde o lançamento dessas diretrizes, em 2016, totalizando quatorze relatórios, de seis empresas. Após construída a estrutura hierárquica do modelo, foi solicitado a especialistas da área de construção civil/ambiental que realizassem os julgamentos dos critérios e subcritérios, visando ponderar o grau de importância dos tópicos de sustentabilidade constantes nos relatórios. Coletou-se os julgamentos por meio de questionário e os pesos foram agregados ao modelo utilizando-se o método de Agregação Individual de Prioridades aplicado ao AHP. Os pesos finais foram então validados por outros especialistas. Estabeleceu-se assim um ranking dos relatórios selecionadas em relação à materialidade, com destaque para os relatórios da empresa Odebrecht Engenharia e Construção S.A. (OEC). O método AHP com medição absoluta se mostrou eficiente, especialmente por possibilitar ponderações dos critérios e subcritérios, podendo ser útil para avaliações da materialidade nos relatórios de sustentabilidade de organizações. Conclui-se que há espaço para melhorias na qualidade desses relatórios, uma vez que há empresas que deixam de divulgar tópicos considerados relevantes, conforme julgamento dos especialistas consultados nesta pesquisa.