Implicações da psicologia do desenvolvimento no ensino de geografia e na organização dos materiais didáticos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Fernandes, Isabela Duarte
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Formação de Professores
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Geografia - Faculdade de Formação de Professores (FFP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/13483
Resumo: O trabalho analisa as implicações da psicologia do desenvolvimento no ensino de geografia, o que permitiu propor princípios de organização de materiais didáticos, que auxiliem na passagem dos conceitos cotidianos aos conceitos científicos na escola. Alternativo ao uso exclusivo do livro didático, o debate sobre os materiais didáticos conduziu ao estigma atribuído à Geografia de ser uma disciplina que lança mão de metodologias de caráter descritivo, enfadonho, não contextualizadas com as práticas sociais dos alunos, das quais exigem somente deles a memorização dos seus conteúdos. O estudo da psicologia do desenvolvimento contribuiu de modo a demonstrar a maneira pela qual ocorre a construção dos conceitos científicos nas crianças em idade escolar. A metodologia se baseou no processo de construção de conceitos - a transformação dos conceitos cotidianos em científicos, que permitiu estabelecer a relação entre práticas espaciais, saberes e conceitos geográficos. Este processo implica em determinada forma de organização pedagógica e indica princípios de organização dos materiais didáticos, que vinculem a prática social com os conteúdos escolares. Os autores centrais foram L.S. Vigotski (2009), Dermeval Saviani (1991, 2000, 2010), Y. Lacoste (2010) e Ruy Moreira (2008, 2013). A metodologia da pesquisa se completou com o desenvolvimento de atividade pedagógica, realizada com os alunos do oitavo ano do ensino fundamental do Colégio Estadual Guilherme Briggs, no qual a pesquisadora leciona, calcada na pedagogia histórico-crítica que adota como ponto de partida e chegada a problematização da prática social dos alunos para a construção de conceitos geográficos. Ao longo da proposta didática realizada com os alunos, se ressalta o importante papel da instrução voltada para a zona de desenvolvimento iminente dos discentes, a realização de trabalho em grupo com a colaboração de outras pessoas ou da mediação do docente durante o processo de ensino-aprendizagem, a incitação à motivação dos alunos para a formulação de problemas ligados à sua prática social até o alcance do desenvolvimento dos conceitos científicos, de maneira a capacitá-los a usar tais conceitos de forma consciente para a resolução dos problemas. A explicitação das práticas espaciais e dos saberes dos alunos, o uso de mapas de diferentes escalas, a observação da paisagem e a construção de conceitos, completam este rol de princípios que podem organizar os materiais didáticos. Dessa forma, os alunos terão ferramentas para lutar contra as opressões que lhes são impostas pelas minorias que controlam o poder no espaço geográfico.