O Complexo Juiz de Fora no Sul do Rio de Janeiro: geocronologia, petrogênese, evolução tectônica e sua relação com o Orógeno Minas-Bahia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Araujo, Lucas Eduardo de Abreu Barbosa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Faculdade de Geologia
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Geociências
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16341
Resumo: O Complexo Juiz de Fora (CJF) é uma das unidades do embasamento do Terreno Ocidental da Faixa Ribeira Central, interpretado como parte da borda retrabalhada do paleocontinente São Francisco. O CJF compreende rochas metamorfisadas em fácies granulito com variadas composições geoquímicas, fábricas deformacionais e idades que denotam o seu caráter policíclico. Esse trabalho apresenta novas idades de U-Pb (SHRIMP) e dados isotópicos de Lu-Hf (LA-ICPMS) em zircão, além de dados isotópicos de Sm-Nd e Sr (TIMS) em rocha total e geoquímicos dos ortogranulitos do Complexo Juiz de Fora, localizados no Sul do estado do Rio de Janeiro. O objetivo desse estudo é caracterizar a evolução paleoproterozoica dessa unidade, bem como a fonte dos magmas precursores dos seus protólitos. Seis amostras, selecionadas por suas composições geoquímicas, foram objeto de análises U-Pb e Lu-Hf. O granulito enderbítico toleítico apresenta idade de 2.44 Ga. Três granulitos charnoenderbiticos com assinaturas de TTG e sanukitoides apresentam idades entre 2.20 e 2.18 Ga. Um granulito máfico apresenta idade de 2.13 Ga. Um granulito charnockítico leucocrático possui idade de 1.78 Ga. Bordas metamórficas ao redor de núcleos magmáticos apresentam idades de 600 a 580 Ma, confirmando o metamorfismo Neoproterozoico associado à faixa Ribeira. Grãos de zircão herdado datados de 2.53 a 2.38 Ga foram encontrados em duas amostras. Os resultados isotópicos mostram que o magmatismo sideriano (2.45-2.38 Ga?) é moderadamente juvenil (εNd(t) de -0.1 à +3.2; εHf(t) de -8 a +3). O magmatismo riaciano (2.20-2.18 Ga?) é moderadamente juvenil à evoluído (εNd(t) de -0.6 à -4,8; εHf(t) de -11.7 a +0.2). Ambos episódios magmáticos apresentam fontes juvenis siderianas e crustais arqueanas (TDM Nd: 2.62-2.31 Ga; TDM Hf 3.25 a 2.49 Ga) com os magmas riacianos apresentando maior contribuição crustal em sua gênese. Há predominância de fontes juvenis (TDM Nd) paleoproterozoicas para o Complexo Juiz de Fora. A contribuição crustal arqueana ocorre em menor escala. A evolução geológica do CJF começa no Sideriano (2.45 – 2.38 Ga?) com a cristalização de dioritos toleíticos em um episódio de arco primitivo. Os granodioritos riacianos representam o segundo estágio heterogêneo do arco Juiz de Fora entre 2.2 e 2.18 Ga. Um terceiro episódio magmático de arco é interpretado pela ocorrência de gabros toleíticos (IAT) com assinatura moderadamente juvenil e contaminação crustal pelos outros dois eventos magmáticos. A colisão dos Complexos Juiz de Fora e Mantiqueira é atribuída por grãos e bordas metamórficas de idade 2035±30 Ma nesse granulito máfico. Após cratonização, um episódio magmático intraplaca datado de 1.78 Ga pode ser correlacionado com a suíte Borrachudos. O metamorfismo em fácies granulito (600-580 Ma) acoplado com a deformação está registrado em quase todas as amostras estudadas. Esse estudo é importante para reconstruções paleogeográficas do Sul do Cráton São Francisco por causa da descoberta de rochas siderianas de arco no CJF e do metamorfismo paleoproterozoico. A orogênese acrescionária Minas parece ser diacrônica e os episódios magmáticos do Complexo Juiz de Fora e Cinturão Mineiro durante o Sideriano e Riaciano muito similares, com a ocorrência de plútons TTG e sanukitóides em ambos