Literário (em)cena: a superfície Roberto Corrêa dos Santos/ Roberto Cossan – do bio-bibliográfico à vida como acontecimento de arte

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Barros, Rodrigo Ségges Ferreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20181
Resumo: Pelo fascínio do encontro, na oferta de um beijo, a poesia chega como uma forma de escrita contemporânea capaz de desarranjar paradigmas da língua a ponto de fazer estranhar os mecanismos de representação. Não só como um exercício de imaginação, mas como uma máquina desejante (DELEUZE, 1997), o livro Clínica de artista I: face ao reto o lobo (2011), de Roberto Corrêa dos Santos/Roberto Cossan (doravante RCS), determina os campos teóricos-filosóficos com que se constitui. Daí, surge a pergunta problema: o que seria o fazer de artista? Em extensão, como seria se colocar em clínica a partir dos procedimentos literários atualíssimos? Em paralelo, a produção de escrita desse autor não mais se contém ao suporte do livro impresso: RCS publica poemas em sua página pessoal do Facebook. Não satisfeito, em 2018, numa série de cards coloridos, são apresentadas aos seguidores do perfil dele na referida rede social um trabalho literário, denominado por RCS como “A personagem”. Enquanto os poemas simulam, na internet, uma intimidade com os dados biográficos ritualizados pelo “rosto” do autor em seu profile, “A personagem” não tem nome, rosto, tampouco individuação. Portanto, a fim de delinear que movimentos de força existiriam na poética cossaniana nesse gesto de uma escrita no percurso entre esses três momentos literários, numa pesquisa teórico-bibliográfica, procurou-se ler cada uma a partir das suas configurações e temas recorrentes. Numa saída do bio-bibliográfico como uma espécie de pistas falsas, o fazer literário de Cossan se propõe como obra de arte como potência criadora (NIETZSCHE apud DIAS, 2011) de um campo de devires a ponto de se tornar um bloco de sensações (DELEUZE; GATTARI, 1997). Além disso, levantamos explicações acerca do lugar da autoria (FOUCAULT, 1992; AGAMBEN, 2007) como gesto para uma encenação de um esvaziamento da individuação. Ademais, recorreu-se, também, às discussões do esquecimento como forma de criação do presente (NIETZSCHE) e da fragmentação como meio de saída do eu a um lugar de singularidade pré-individual (SANTOS, 2014; DELEUZE, 2006). Com a obra em potência de um sem nome, na fragmentariedade das formas, gêneros e mecanismos linguísticos e discursivos, a escrita literária transfiguraria o leitor ao lugar de um recebimento a afecção de si em si mesmo, como um desenvolvedor da vida – fora das vivências biográficas e bibliográficas de busca pelo referente – como potência criadora, como obra de arte