Controle da maternidade das mulheres negras: ilustrações do caráter racista, patriarcal e capitalista sobre seus corpos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Heringer, Carolina Magalhães
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Faculdade de Serviço Social
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Serviço Social
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18953
Resumo: A presente dissertação tem por objetivo compreender a construção sócio-histórica do controle da maternidade das mulheres negras, segundo as particularidades estruturais do racismo e do patriarcado brasileiro. Analisamos, de forma específica: i) a formação sócio-histórica brasileira e o lugar das mulheres negras e suas maternidades nesse processo; ii) o racismo estrutural e institucional como partes das iniquidades na saúde reprodutiva das mulheres negras; iii) a mortalidade materna e o aborto inseguro como formas de expressão contemporâneas do controle e negação da maternidade das mulheres negras no campo da saúde reprodutiva. Com isso, discutimos e entendemos o controle da maternidade negra como parte de um processo social e histórico e como forma de manutenção da estrutura racista, patriarcal e capitalista. Para isso, desenvolvemos um estudo teórico sobre a formação sócio-histórica brasileira desde a escravidão moderna até a atualidade e seus impactos às mulheres negras e suas maternidades, entendendo que para se realizar uma pesquisa feminista antirracista e anticapitalista é necessário enegrecer o feminismo. Ademais, com o levantamento de dados secundários da PNAD/IBGE, do Ministério da Saúde e DATASUS, apresentamos os altos índices de mortes maternas e abortos inseguros em mulheres negras, prioritariamente no período de 2009 a 2019. No Brasil, com suas particularidades históricas de mais de três séculos de escravidão articulada com o patriarcado e o capitalismo dependente, as mulheres negras têm suas maternidades negadas, violentadas e controladas desde o período colonial até a atualidade como formas de manutenção do racismo, sexismo e capitalismo. Isso se materializa e se expressa nos altos índices de mortes maternas e abortos inseguros em mulheres negras.