Desenvolvimento de drenagem e compartimentação morfotectônica em ambientes de escarpas de falhas: o exemplo do rio Santana e adjacências, borda ocidental do graben da Guanabara – RJ

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Lopes, Patricia Batista Melo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Faculdade de Geologia
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Geociências
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17196
Resumo: A paisagem e a geologia da bacia do rio Santana e adjacências, na região noroeste do estado do Rio de Janeiro, revelam a influência de falhas e fraturas na morfogênese e na compartimentação morfotectônica da área. Geologicamente, esta se localiza em um segmento da zona de sutura precambriana da faixa Ribeira entre o Terreno Oriental e o Terreno Ocidental, o CTB-Contato Tectônico Central de direção NE, cuja reativação em tempos mesozóico-cenozóicos foi de grande importância para a evolução geológica e geomorfológica da área, assim como outras estruturas, falhas e juntas de direções NE e NW, preferencialmente N-S e E-W. As falhas em rochas precambrianas possuem movimentos nomais, normais/obliquas e transcorrentes e apresentam planos estriados, as vezes com sobreposição de estrias, indicando reativações, brechações e cataclases, exercendo papel fundamental no controle da paisagem abatendo e/ou soerguendo e concidionando áreas de erosão e sedimentação. Da mesma forma, familias de juntas de direções preferenciais entre NW e NE mostraram relevâncias, sobretudo na dinâmica fluvial. A influência da tectônica na rede de drenagem da área pode ser destacada através de: perfis longitudinais que destacam vales suspensos e escalonados com forte incisão vertical, sobretudo ao longo de segmentos de falhas ou juntas; fortes mudanças nas direções dos canais; tipos de padrões; morfologia das cabeceiras de drenagem; dissecação das escarpas, cujos vales delimitam facetas triangulares em diferentes dimensões, evidenciando reativações neotectônicas e retomadas erosivas. Mudanças no comportamento erosivo e deposicional são também evidenciadas nas planícies alveolares suspensas, nos depósitos de tálus e quedas de blocos e, preferencialmente, nas capturas de drenagem que mostraram ocorrências coincidentes com falhas e juntas. A compartimentação morfotectônica, que obedece preferencialmente as direções NE e NW, mostra grande amplitude topográfica, entre 10 a mais de 1000 m de altitude, podendo chegar a 1500 m. Foram definidos compartimentos e subcompartimentos de direção NE em superfícies embutidas, em escarpas escalonadas e em cimeira. Quatro blocos associados à falhas normais de direção NW (falhas de Paracambi-Japeri, Paulo de Frontain, Arcadia e Miguel Pereira) subcompartimentam este relevo e promovem acentuadas rupturas com escalonamento voltados para SW. Movimentos direcionais mostram deslocamentos de compartimentos de relevo, como é o caso da superfície embutida C-Ie onde se aloja o rio do Saco na região de Miguel Pereira. Trata-se de uma superfície de drenagem com direção de fluxo para NE, contrária às demais, cujo vale constitui-se em uma imponente feição suspensa e o lago do Javari uma sugestiva área do seu paleocurso.