Entre corpos, textos e silenciamentos: abordagens sobre gênero e sexualidade em livros didáticos de Ciências
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação de Ensino em Educação Básica - CAp UERJ |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19486 |
Resumo: | Na escola frequentemente o tema gênero e sexualidade é abordado como exclusivamente biológico, um complexo de sistemas e órgãos no qual se estudam características e funcionamentos anatômicos, fisiológicos, genéticos, sem considerar os aspectos sociais e históricos. O objetivo geral desse estudo foi analisar construções de gênero e sexualidade humana em seis Manuais ou Livros do Professor de Ciências para o 6º ao 9º anos do ensino fundamental. No que se refere à noção de adolescência, em quatro livros didáticos é descrita como um momento de vida marcado por instabilidades e mudanças emocionais e comportamentais. Há pouca preocupação dos autores quanto às contextualizações sociais referentes aos gêneros, que, preponderantemente, se limitam aos discursos científicos e seguros que tratam da anatomia e o funcionamento dos corpos, evidenciando um essencialismo polarizado e restrito à dicotomia homem x mulher. Esse tratamento torna-se notório quando é direcionado ao feminino: os temas voltados para a gravidez e o cuidado com os filhos, deixando explícito como estão atribuídos aos sujeitos determinados papéis e performances. A diferença de tratamento dada aos gêneros está presente na abordagem sobre os corpos, especialmente quando se trata de órgãos reprodutores. Somente um livro apresentou o termo “identidade de gênero", fugindo de uma perspectiva normatizada/biologizante, fazendo alusão às pessoas transgêneras. A noção de sexualidade aparece associada ao prazer, desejo, sentimentos e escolhas individuais em alguns dos livros analisados, no entanto o sexo ainda permanece primordialmente subordinado à ideia de procriação/reprodução, além de ser invariavelmente remetido à prática heterossexual, com exceção de um único livro que usa o termo “homossexualidade”, em um dos quadros finais do capítulo. A educação tal como se apresenta por meio dos conteúdos de sexualidade nos livros didáticos continua a reproduzir o modelo heteronormativo e patriarcal Apesar de alguns autores terem buscado instaurar narrativas com outras dimensões que não somente a biológica, predomina a manutenção de normas heteronormativas, onde questões de gênero e sexualidade são pouco tratadas como concepções sociais. Foi produzido material para a realização de oficinas pedagógicas, no sentido de contribuir para práticas que afirmem valores e atitudes de tolerância em relação a questões de gênero e sexualidade na escola. |