Associação entre disfunção do trato urinário inferior e alergia alimentar em crianças e adolescentes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Sadala, Luísa Campos Coutinho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22754
Resumo: As disfunções do trato urinário inferior (DTUI) e doenças atópicas são muito prevalentes na infância e adolescência. Dentre as atopias, a alergia alimentar tem se destacado nos últimos anos, com aumento da sua prevalência em torno de 8%. Uma possível associação entre DTUI e doenças alérgicas tem sido descrita, podendo ocorrer por diversos mecanismos. A participação do processo inflamatório na fisiopatologia de ambas as condições e a importância do papel da microbiota tanto na fisiopatologia das alergias alimentares como no desenvolvimento das doenças urológicas têm sido cada vez mais reconhecidas. Entretanto, publicações que investiguem a associação entre alergia alimentar e disfunção do trato urinário inferior são escassas na literatura. O objetivo desse trabalho foi estudar associação entre disfunção do trato urinário inferior e alergia alimentar em crianças e adolescentes. Trata-se de um estudo caso-controle com avaliação de crianças e adolescentes, na faixa etária de 3 a 17 anos de idade, com alergia alimentar IgE mediada comprovada e grupo controle da mesma faixa etária sem história atual ou prévia de alergia alimentar. O questionário validado DVSS (Dysfunctional Voiding Symptom Score) e um formulário com perguntas sobre aleitamento materno, uso de complemento na maternidade, alergia alimentar, enurese, infecção do trato urinário, asma, rinite alérgica e dermatite atópica foram aplicados aos dois grupos. Para as análises estatísticas foi utilizado Software R versão 4.2.1. Para cômputo das razões de chances brutas (odds-ratios) e ajustadas utilizou-se epiDisplay. Foram analisados 88 indivíduos, sendo 44 do grupo 1 (com alergia alimentar) e 44 do grupo 2 (sem alergia alimentar). A idade média no grupo 1 foi de 7,84 anos e no grupo 2 foi de 7,95 anos, 43,3% eram do sexo feminino no grupo 1 e 40,9% no grupo 2. Os alimentos responsáveis com maior frequência pela alergia alimentar foram o leite de vaca (90,90%) e o ovo (29,54%). A distribuição de DTUI, avaliada pelo DVSS, não apresentou diferença entre os grupos. O aleitamento materno exclusivo foi associado a proteção para alergia alimentar (p=0,006) e DTUI (OR0,34 IC0,12-0,99, p=0,043). O uso de complemento na maternidade foi associado ao maior risco de alergia alimentar (p=0,002). O presente estudo não mostrou associação entre alergia alimentar e DTUI. No entanto, ressaltou a importância do aleitamento materno exclusivo na prevenção da distribuição da alergia alimentar e DTUI.