Utilização da ultrassonografia funcional para avaliação de crianças e adolescentes com disfunção do trato urinário inferior

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Batista, Desireé Louise Souza Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22724
Resumo: A disfunção do trato urinário inferior (DTUI) é uma condição muito prevalente em crianças e associa-se frequentemente à constipação intestinal, caracterizando a disfunção vesical e intestinal. A avaliação de achados ultrassonográficos, relacionados às alterações funcionais do trato urinário inferior, bem como a medida do diâmetro retal para a detecção de impactação fecal são descritos na literatura. Entretanto, estudos avaliando concomitantemente os diferentes achados funcionais do trato urinário superior, inferior e o diâmetro retal, são escassos. Este trabalho objetivou descrever a aplicação dos exames realizados sob protocolo específico de ultrassonografia funcional, desenvolvido para avaliação concomitante de disfunção vesical e intestinal em crianças e adolescentes. Trata-se de um estudo transversal, observacional, com avaliação de exames de ultrassonografia funcional, realizados nos indivíduos de 5 a 18 anos, com DTUI, em um serviço terciário, totalizando 251 exames. A análise estatística foi realizada utilizando o coeficiente de correlação de Spearman (CCS), para avaliar o grau de correlação entre duas variáveis. O CCS varia de -1 a 1, onde -1 indica uma correlação negativa perfeita e 1 indica uma correlação positiva perfeita. Para interpretar seu valor, foi considerado 0,30 como correlação fraca, 0,50 como moderada e 0,70 como forte. A idade média dos sujeitos da pesquisa foi de 9,5 anos, sendo 152 (60,6%) indivíduos do sexo feminino. A análise da correlação dos achados nos tratos urinários inferior e superior mostrou forte correlação entre a capacidade vesical e a dilatação do bacinete pré-miccional (0,970) e pós-miccional (0,994). O resíduo pós-miccional apresentou forte correlação com a dilatação do bacinete pré (0,970) e pós miccional (0,976). A comparação da dilatação do bacinete pré ou pós-miccional com a espessura da parede da bexiga também pré ou pós-miccional, mostraram correlações fortes, variando de 0,815 a 0,965. A capacidade vesical e a espessura da parede vesical pré (0,992) e pós-miccional (0,999) evidenciaram uma forte correlação. A análise da correlação do diâmetro retal com a dilatação do bacinete pré (0,993) e pós-miccional (0,958), com a capacidade vesical (0,999) e com a medida da espessura da parede vesical pré (0,997) e pós-miccional (0,999) apresentaram forte correlação. O presente estudo trouxe resultados inéditos pela avaliação simultânea de achados no exame do trato urinário inferior e superior com a medida do diâmetro retal. Evidenciamos forte correlação entre o diâmetro retal alterado com a dilatação do bacinete pré ou pós miccional, não descrita anteriormente. Adicionalmente demonstramos forte correlação do diâmetro retal com a capacidade vesical e com a espessura aumentada da parede vesical pré e pós miccional, o que corrobora a relação da constipação com a disfunção miccional. O protocolo utilizado contribuiu para melhor avaliação das crianças com disfunção vesical e intestinal