Paisagem e fogo: dinâmicas hidrológicas e erosivas em agricultura tradicional de corte e queima - São Pedro da Serra/RJ
Ano de defesa: | 2016 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Formação de Professores BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Geografia - Faculdade de Formação de Professores (FFP) |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/13482 |
Resumo: | O fogo é um fator ecológico e fenômeno natural que está presente no ambiente antes do homem, fazendo parte de diversas paisagens no mundo. A agricultura de corte e queima é praticada há milhares de anos nas áreas florestadas do planeta, principalmente nas regiões tropicais e é provavelmente a forma mais antiga de agricultura nas Américas. No Sudeste do Brasil, destaca-se a região serrana, no município de Nova Friburgo, do estado do Rio de Janeiro como um local que mantém a prática da queima controlada como parte do processo de cultivo, conhecida como coivara. O presente trabalho tem como objetivo analisar as dinâmicas das paisagens através da prática da agricultura de corte e queima e suas interferências nas propriedades físicas, hidrológicas e erosivas dos solos em ambiente serrano de Mata Atlântica. A área de estudo está inserida em uma região caracterizada por possuir a tradição de praticar essa forma de agricultura. Porém, após a criação da Área de Proteção Ambiental de Macaé de Cima em 2001, houve muitas restrições para as populações residentes, principalmente, os agricultores de São Pedro da Serra. O estudo foi desenvolvido na bacia do rio São Pedro, em São Pedro da Serra, Nova Friburgo/RJ. Para realização da pesquisa foi montada uma Estação Experimental de Pesquisa de Erosão (EEPE), com três parcelas de erosão tipo Wishmeier (88m²) com sistemas distintos, a) Sistema de Pousio de 2 a 3 anos (PO), b) Sistema Sem Cobertura Vegetal (SC) e c) Sistema em que foi praticada a queimada controlada - Coivara (CO). Foram coletadas amostras deformadas e indeformadas para análises físicas, instalados Blocos de Matriz Granular (GMS) nas profundidades de 20 cm, 40 cm e 80 cm e dois pluviômetros na área para compreender o comportamento hidrológico nos sistemas. Para tal foi realizado o monitoramento diário dos potenciais matriciais e da pluviometria conjuntamente com a coleta e quantificação da perda de água e solo. Os resultados demonstram que há um predomínio da fração areia nos sistemas PO, SC e CO, sendo os solos classificados como Franco. Nos dados de porosidade total e macroporosidade o sistema PO apresentou resultados semelhantes ao sistema CO, enquanto que o sistema SC apresentou percentuais menores. No comportamento hidrológico, o sistema PO apresentou as melhores drenagens, o sistema CO apresentou comportamento semelhante e intermediário e o sistema SC se mostrou com mais dificuldade de drenagem. Na análise mais detalhada, considerando um período de 10 dias, a carga total mostrou uma eficiência hídrica no sistema de coivara com um fluxo descendente durante todo o período, enquanto que no sistema de pousio isso ocorre em grande parte do período (08 dias), e no sistema sem cobertura vegetal o fluxo ascendente foi predominante. Mesmo com valores de perda de solo intermediários, o fluxo descendente no sistema de coivara apresenta um comportamento hidrológico eficaz. |