O “momento pactual” nas aulas de educação física em escolas municipais do Rio de Janeiro: as relações e negociações entre professor e aluno

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Lutz, Thulyo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Educação Física e Desporto
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ciências do Exercício e do Esporte
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22355
Resumo: Apesar de pouco abordado em pesquisas acerca da Educação Física escolar (EFE), encontramos estudos que indicam a incidência de um fenômeno cuja característica principal é destinar uma parte do tempo e do espaço de aula de EFE para que os alunos realizem as atividades que desejarem. Por trás desse fenômeno está a relação de força (sob a ótica da Teoria do Campo de Pierre Bourdieu) e a negociação entre professores e alunos. À luz da Teoria do Campo de Bourdieu, o estudo teve como objetivo investigar, analisar e compreender em que medida as relações e negociações entre professores e alunos podem resultar na concessão desse fenômeno, que chamamos de Momento Pactual (MP) durante a prática pedagógica de professores de EFE do Ensino Fundamental em escolas municipais do Rio de Janeiro, tornando-o (o MP) parte integrante das aulas, elemento representativo do habitus. Para tal, dividimos a presente pesquisa em três estudos que correspondem a totalidade da tese. No Estudo 1, identificamos e compreendemos as condições e características do cotidiano docente e a possível a existência do MP na intervenção de 144 professores de EFE lotados em escolas municipais da Cidade do Rio de Janeiro. Para tal, utilizamos questionário eletrônico. Os resultados indicam similaridades no cotidiano dos professores, principalmente em relação ao espaço e materiais disponíveis, o futebol e o queimado como atividades mais pedidas pelos alunos e a existência do MP como uma característica na intervenção dos professores, conforme relatos deles. Durante o estudo 2, identificamos e compreendemos como ocorrem as relações de poder/força e as negociações entre professor e aluno que podem resultar na existência do MP durante a observação sistemática de 124 aulas de EFE. Para realizar a observação sistemática das aulas utilizamos um diário de campo, que somado a um roteiro de entrevistas com os 16 professores resultaram nos dados coletados. A partir da análise do conteúdo proposta por Bardin, emergiram três categorias de análise: conteúdos/temas das aulas; MP na perspectiva dos professores; MP na perspectiva dos alunos. Os resultados mostram que o MP pode ser compreendido como um elemento do habitus da intervenção da maioria dos professores. O MP surge como uma espécie de pacto, de acordo entre professor e aluno, resultado das pressões e pedidos dos alunos para que tenham seus anseios atendidos, tendo o futebol como atividade mais pedida por eles. O Estudo 3 é um ensaio cujo objetivo foi propor discussões e reflexões acerca do porquê professores e alunos participantes dos Estudos 1 e 2 pensam e agem de tal meneira nas aulas. Propomos reflexões sobre o porquê de professores de EFE promoverem um MP para os alunos, tendo o futebol como a atividade mais pedida e praticada. Os professores se veem obrigados a negociar com os alunos o tempo de aula, as atividades e o espaço disponíveis diante da pressão exercida por meio de pedidos e ações para que o MP aconteça, naturalizando-o como elemento do habitus