Entre a tradição e a modernidade: experiência e formação em Manuel Raymundo Querino – Salvador, BA (1892-1916)
Ano de defesa: | 2019 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Educação Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Educação |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16719 |
Resumo: | O presente trabalho pretende recuperar diversos momentos da trajetória de Manuel Raymundo (1851-1923), mais especificamente entre os anos de 1892 a 1916, para analisar os aspectos que formaram sua experiência e sua formação. Manuel Querino envolveu-se com diferentes pautas que mobilizaram setores sociais diversos. Assim, o escritor negro marcou presença nos movimentos operário, republicano e abolicionista. Querino compôs o grupo pioneiro dos estudos sobre o negro no Brasil, juntamente com Nina Rodrigues e outros. No entanto, sofreu uma série de críticas que lhe impossibilitou o devido reconhecimento acadêmico. Fruto dessa disputa de memória, boa parte de seus escritos não se encontra mais disponível. No início da década de XX, o autor publicou vários textos escritos que expressaram as suas ideias sobre a sociedade em que viveu, os costumes e os valores. A documentação selecionada foi um único fascículo do periódico O Trabalho e os três seguintes textos: A Bahia de Outr’ora (1916), O Colono Preto como Fator de Civilização Brasileira (1918) e A Raça Africana e Seus Costumes na Bahia (1916). Utilizamos o conceito de experiência e formação em Walter Benjamin (1987; 1989). Para compreender a dinâmica em torno da preservação de documentos históricos, pautamo-nos em Bloch (2001) e Le Goff (2003). Ginzburg (1989; 2006) ajuda-nos a compreender a circulação da cultura na sociedade e como o indivíduo a acessa; assim, como também os indícios são importantes para uma pesquisa histórica. A partir de Setton (2011), compreendemos o sujeito articulado numa relação dialética entre indivíduo e sociedade e exposto a uma série de agências socializadoras que contribuem para a aquisição de valores, costumes e cultura. No campo da História da Educação, os autores Gondra (2008; 2004) e Schueler (2008; 2011) contribuíram na construção deste trabalho historiográfico, uma vez que nos apresenta como sujeitos que elaboraram sentidos e representações em torno da educação e da escola. Esta pesquisa aponta como Manuel Querino elaborou um pensamento em defesa dos trabalhadores livres, negros e operários a partir de sua experiência e formação que adquiriu no decorrer de sua trajetória. Apesar de críticas e interdições, Manuel Querino produziu e resistiu. O autor negro elaborou pensamento e ideias a partir de sua experiência e formação, expressando criticamente sobre uma sociedade que empreendia uma série de mudanças no plano cultural, social e estrutural |