As práticas educativas na Casa de Parto David Capistrano Filho sob a ótica do cuidado cultural
Ano de defesa: | 2007 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Enfermagem BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Enfermagem |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/11317 |
Resumo: | Este estudo qualitativo resultou da experiência que adquiri como enfermeiro obstetra da Casa de Parto David Capistrano Filho (CPDCF). Ali, passei a observar e questionar o porque naquele espaço, construído para o desenvolvimento de ações sob a visão do modelo humanizado, as enfermeiras obstétricas apóiam-se nas práticas de educação em saúde como instrumento do cuidar. Os objetivos foram os seguintes: 1)Refletir como as enfermeiras utilizam a educação em saúde como instrumento do Cuidado Cultural; 2) Descrever as práticas educativas desenvolvidas na CPDCF; 3)Analisar as repercussões das práticas educativas na vida das mulheres cuidadas, na Casa de Parto, à luz dos conceitos de negociação e reestruturação da Teoria do Cuidado Cultural. O referencial teórico também enfocou a Educação em Saúde e seu encontro com o cuidado cultural. As entrevistadas foram dezesseis mulheres que deram à luz e participaram dos grupos educativos e das consultas puerperais da Casa de Parto. A coleta de dados foi feita por meio da entrevista semi-estruturada com a seguinte pergunta orientadora: Quais as repercussões das práticas educativas vivenciadas na CPDCF em sua vida? Após a análise de conteúdo foram identificadas duas categorias: 1) as repercussões das práticas educativas sobre a vivência do ciclo gravídico-puerperal; 2) as repercussões das práticas educativas nas atitudes e nos discursos das mulheres e de suas famílias. Os resultados mostraram que as práticas educativas foram reestruturantes na vivência tranqüila experimentada durante a gestação, na formação do vínculo materno durante a gravidez, no exercício da genitalidade na gestação, nas sensações vividas no parto, na postura da mulher frente ao seu trabalho de parto e no cuidado do recém-nascido. Outros benefícios foram sentidos na experiência da amamentação, na incorporação da cidadania no discurso, nos hábitos e estilo de vida, na relação entre a mulher, sua família e a sociedade, além da satisfação por ter optado pelo parto normal e suas vantagens. Concluiu-se que a educação em saúde é utilizada quando a enfermeira negocia com a mulher sua adesão às práticas obstétricas do modelo humanizado no sentido de evitar o choque cultural. E que, como instrumento do cuidado, a educação em saúde, ao reestruturar aspectos da vida da mulher, muda também as práticas obstétricas da abordagem medicalizada. |