Tafonomia da paleoictiofauna da Formação Tremembé (Oligoceno da Bacia de Taubaté), Sudeste do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Santana, João Felipe Oliveira Macena de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Faculdade de Geologia
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Geociências
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20335
Resumo: A Formação Tremembé representa um sistema lacustre e os peixes são os vertebrados mais abundantes nos seus diferentes níveis de folhelhos e argilitos. A análise tafonômica desses peixes fósseis se faz necessária para o refinamento do conhecimento acerca dos aspectos ambientais, deposicionais e de preservação do Paleolago Tremembé. O presente estudo tem por objetivo inferir a história tafonômica dos peixes fósseis da Formação Tremembé, por meio da identificação e interpretação de assinaturas tafonômicas macroscópicas em elementos esqueletais dos representantes da ictiofauna da Formação Tremembé. Foram analisados 491 espécimes de peixes fósseis depositados nas coleções paleontológicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Laboratório de Paleontologia da Faculdade de Geologia e do Departamento de Zoologia do Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Laboratório Coleção de Macrofósseis) e do Museu de Ciências da Terra (CPRM-RJ). Para análise do material foram avaliadas as seguintes assinaturas tafonômicas: (1) articulação geral do esqueleto; (2) grau de preservação das escamas; (3) grau de articulação dos ossos cranianos; (4) grau de articulação das nadadeiras peitorais, pélvica, dorsal e anal; (5) grau de articulação da nadadeira caudal; (6) grau de articulação das costelas pleurais; (7) decomposição de tecido mole; (8) padrões de disposição no espaço; (9) associação com outros restos fósseis e (10) fácies sedimentares. Os resultados indicaram que essa paleoictiofauna exibe três classes tafonômicas distintas: (1) espécimes completos, (2) cabeça e/ou nadadeira caudal desarticuladas e (3) fragmentos corporais. Na fácies folhelho negro ocorrem as melhores preservações de peixes fósseis devido as baixas ocorrências de flutuabilidade pós-morte, ocasionada pelo menor grau salinidade e altas pressões hidrostáticas. A segunda melhor preservação é encontrada na fácies folhelho cinza, devido as maiores ocorrências de flutuabilidade pós-morte, ocasionadas pelo maior grau de salinidade e baixas pressões hidrostática. A menor qualidade de preservação é encontrada na fácies argilito verde, devido a sua associação com ambientes de maior energia, regidos por correntes de lama. Mortandade em massa nas fácies folhelho negro e cinza é reforçada pela grande densidade e diversidade de peixes fósseis. Padrões de disposição no espaço concordante com a estratificação sedimentar e a litologia indicam que os peixes das fácies folhelho negro e folhelho cinza foram depositados junto com os sedimentos por processos de decantação, no próprio local de morte (in situ), com ausência de retrabalhamento.