Filhos do Estado, vínculos inacabados e incomunicação no Programa de Adoção na Colômbia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: López, Ana Camila García
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Comunicação Social
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Comunicação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/8842
Resumo: Segundo a UNICEF, há mais famílias adotivas à espera da adoção do que crianças disponíveis que preencham os critérios de demanda; crianças pequenas e sadias. No entanto, há um contingente incalculável de jovens que ficam institucionalizados à espera de uma família adotiva que nunca chega. A Colômbia é um dos maiores emissores de crianças para adoção no mundo desde a década de 1980. Apesar disso, há no país, aproximadamente, 11.000 menores na espera para serem adotados e 25.056 institucionalizados sob tutela estadual. Este trabalho coloca como questão importante para se pensar, o caminho percorrido por aqueles que, apesar de integrar o Programa de Adoções, não são adotado. Quais as vinculações e agenciamentos viabilizados no processo de proteção para milhares de jovens filhos do Estado, adotáveis, mas não adotados atualmente na Colômbia? Quais as lógicas e agenciamentos envolvidos na exclusão destes menores da possibilidade de adoção? Através da descrição, mostro o modo como essa realidade é criada e o tipo de vinculações e agenciamentos que veicula. A narrativa está centrada nas histórias de vida de quem atravessou essa experiência, por meio delas teço as reflexões teóricas pertinentes. O método do trabalho está inspirado principalmente no Conhecimento por Montagem de Walter Benjamin, metodología que tento complementar com outras propostas teóricas de pensamento em rede. O viés epistemológico comunicacional é aquele preocupado com a construção do comum como vínculo social, que considera a realidade sócio-técnica como a ecologia do mundo contemporâneo. Primeiramente faço um percorrido pelo estado da arte do tema, para mostrar que, o próprio funcionamento dos programas de adoção, e a problemática aqui abordada, constituem um vazio no conhecimento. Posteriormente, mostro o modo como a informação das histórias de atenção dos filhos do Estado circula no interior do Programa, e também a falta de conservação da memória que promove o esquecimento do passado e o apagamento da população. Analiso o modo como os filhos do Estado tem se tornado um ruído para o Programa. Mais adiante, faço uma análise descritiva do cotidiano da vida institucionalizada e da construção de vínculos, e mostro que a proteção materializa-se no isolamento, o que gera condições de convívio tautológicas, que promovem um comunitarismo defensivo. Considero também a formação que é oferecida na institucionalização, que tende a ensinar a obediência e a conformação com a realidade, dificultando a geração de habilidades para a autonomia. Enfim, mostro o agenciamento dos programas de Adoção e Proteção por parte das famílias populares, para evidenciar que, em muitos casos, elas aproveitam seus serviços para aliviar suas necessidades domésticas