Alfred Döblin e a questão da mímesis em Berlim Alexanderplatz

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Santos, Anderson da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22099
Resumo: Muitas são as discussões sobre a representação da realidade na literatura ocidental. Porém, aspectos teóricos sobre a noção de mímesis ainda se apresentam como um campo a ser explorado. Este trabalho tem como objetivo discutir a noção de mímesis em jogo na obra Berlim Alexanderplatz do autor alemão Alfred Döblin. Tomando, de início, a análise de Erich Auerbach sobre a representação da realidade no período modernista, será evidenciado que o autor de Mimesis, ao considerar as técnicas utilizadas na época para a representação de uma realidade mais genuína, excluirá a apropriação de recursos cinematográficos pelo romance. Isso justificaria o silêncio de Auerbach em relação à obra Berlim Alexanderplatz, que traz como marca estilística principal a utilização da montagem e do chamado Kinostil. Demostraremos como tais recursos não só alargam a noção de mímesis num plano teórico como ajudam a mensurar a originalidade do romance de Döblin em face das inovações estilísticas analisadas por Auerbach no último capítulo de Mimesis. Buscaremos, tendo como amparo teórico as reflexões de Luiz Costa Lima sobre mímesis, demostrar que, em Döblin, apresenta-se uma noção de “representação da realidade” mais ampla e complexa do que noção tradicional endossada por Auerbach. Analisando a teoria döbliniana sobre a produção da obra épica e revisitando ensaios do autor, mostraremos que em Berlim Alexanderplatz o estilo döbliniano corrobora a grande originalidade de Döblin e a limitação teórica da análise feita por Auerbach da “representação da realidade” no romance modernista europeu. Por fim, a partir de análises da obra, será possível perceber como Döblin combina teoria e prática, contribuindo para expandir a noção de mímesis no século XX