Contradições na concepção de formação humana nas políticas de Educação Infantil no Brasil: o que revelam os documentos do período de 2003 a 2010

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Lamare, Flavia de Figueiredo de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas e Formação Humana
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/14793
Resumo: Esta tese visa identificar e analisar os elementos essenciais constitutivos da compreensão de formação humana na sua complexidade , que orientam as políticas públicas para a Educação Infantil no Brasil de 2003 a 2010. Diante da constatação da predominância de estudos, nesse campo, que não consideram a necessidade de captação da realidade em sua totalidade nem a contradição, partimos da hipótese de que a política para a Educação Infantil, nos moldes que vem sendo implantada, tem como objetivo a disseminação de uma concepção de formação, baseada no espontaneísmo e no relativismo, por meio de processos singulares de subjetivação. Assim, propaga-se uma formação cujo lema central é o aprender a aprender , slogan esse utilizado desde o escolanovismo e reatualizado pela Pedagogia da Infância. Ressalta-se a renovação das formas de dominação do capitalismo neoliberal, estabelecendo nexos entre o caso brasileiro e a economia política internacional. Os documentos analisados apresentam argumentos que definem na política uma base epistemológica relacionada à Pedagogia da Infância e à Pedagogia das Competências, sendo ancorada no pragmatismo. Comprova-se que os princípios que orientam essa etapa da Educação Básica e que deveriam embasar as políticas precisam partir do ser humano real e das condições econômicas e sociais em que ele vive. Ao enfatizar a valorização das experiências infantis na Educação Infantil, a Pedagogia da Infância e as publicações do Ministério da Educação colocam o trabalho pedagógico em segundo plano, em vez de com ele criar condições de superação da condição social em que vivem as crianças. Assim, também abre caminho para que concepções baseadas em estudos de economistas e neurocientistas de empresas privadas socialmente responsáveis continuem considerando essa etapa da educação como uma forma de sucesso escolar no futuro pelo desenvolvimento de competências e habilidades ou como forma de se evitarem possíveis riscos sociais consequentes da situação de iniquidade social a que as crianças estão expostas