O impacto da dor pélvica crônica na qualidade do sono das mulheres com endometriose profunda

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Souza, Ricardo José de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20855
Resumo: A endometriose profunda (EP) é uma das causas mais comuns de dor pélvica crônica (DPC). Além disso, 65% das mulheres com EP podem apresentar sintomas da síndrome da bexiga dolorosa (SBD), outra causa comum de dor crônica. A dor e o sono são duas funções vitais para o ser humano e tem uma relação bidirecional, podendo levar a um ciclo vicioso. O objetivo dessa tese foi avaliar o impacto da dor pélvica crônica na qualidade do sono das mulheres portadoras de EP, além de sua associação com a SBD e a sobreposição dessas doenças nos distúrbios globais do sono e suas dimensões: qualidade subjetiva, latência, duração, eficiência e distúrbios do sono; necessidade de uso de medicações para dormir e sonolência diurna. Este estudo transversal foi conduzido no Hospital Universitário Pedro Ernesto, com mulheres com diagnóstico de EP, entre janeiro de 2020 e fevereiro de 2021. As variáveis dependentes foram a insônia e os distúrbios do sono. As versões em português dos questionários insomnia severity index e Pittsburgh sleep quality index (PSQI) foram utilizadas na avaliação da insônia e dos distúrbios do sono, respectivamente. A intensidade da dor e a SBD foram as principais variáveis independentes e foram medidas através da escala numérica de dor e do questionário O’Leary – Sant interstitial cystitis symptoms and problem index, respectivamente. Essa pesquisa produziu dois artigos. No primeiro, foi descrita a relação entre a intensidade da dor e a insônia nas mulheres com EP. Foram incluídas 234 mulheres, e a insônia foi identificada em 26%, 25%, 55% e 48% das mulheres sem dor, com dor leve, moderada e severa, respectivamente. Além disso, a duração da dor e o menor nível de escolaridade também aumentaram o risco de insônia. No segundo artigo, foi descrito o impacto da DPC e a SBD nos distúrbios do sono. Neste artigo, 140 mulheres com EP foram incluídas. No total, 13% dormiam bem e 87% dormiam mal. Aproximadamente 59% de todas as mulheres avaliadas tinham sintomas de SBD. Utilizando uma regressão linear múltipla, o estudo demonstrou que tanto a DPC quanto a SBD aumentam os escores do PSQI. Além disso, a DPC impactou a qualidade subjetiva do sono, aumentou a chance de distúrbios do sono e reduziu a duração do sono. A SBD também aumentou a chance de distúrbios do sono e piorou a função diurna nessas mulheres. As mulheres com EP com dor mais intensa e de maior duração apresentam uma pior qualidade do sono. Além disso, a SBD está frequentemente associada às mulheres com EP, impactando dimensões do sono afetadas pela DPC e outras não afetadas. O círculo vicioso entre dor e insônia aumenta a complexidade do tratamento das portadoras de EP e terapêuticas acessórias envolvendo a melhora da qualidade do sono e a redução dos sintomas urinários podem contribuir para um tratamento mais eficiente das mulheres portadoras de endometriose profunda