O empresariado e as políticas de internacionalização do capitalismo brasileiro para a América do Sul (2003 – 2018)
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Estudos Sociais e Políticos Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Ciência Política |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17488 |
Resumo: | Essa dissertação trata das políticas de incentivo à internacionalização do capitalismo brasileiro para a América do Sul entre os anos de 2003 e 2018, e o posicionamento do empresariado industrial brasileiro com relação a essas políticas. Durante os governos de Luiz Inácio Lula da Silva (2003 – 2010) e Dilma Rousseff (2011 – 2015) observam-se iniciativas, tanto no âmbito econômico, quando no âmbito de política externa, que tiveram como objetivo internacionalizar as atividades de empresas brasileiras, em especial para a América do Sul. No período de governo do Partido dos Trabalhadores (PT), também ocorreram movimentações, por parte do empresariado brasileiro, de entrada e saída da coalizão de apoio desses governos. Partindo de discussões sobre desenvolvimento, políticas públicas e coalizões de apoio, essa dissertação busca compreender como o empresariado industrial brasileiro se posicionou quanto às políticas de incentivo à internacionalização do capitalismo brasileiro para a América do Sul executadas no início do século XXI, e como o afastamento desse ator da coalizão de apoio dos governos petistas afetou a continuidade dessas políticas. Mais além, busca-se compreender como mudanças no perfil e nos interesses do empresariado industrial contribuíram para a descontinuidade do processo de internacionalização do capitalismo brasileiro para a América do Sul. Os procedimentos para realização dessa pesquisa incluíram a revisão da literatura especializada e a análise de documentos e declarações dos principais representantes do empresariado industrial brasileiro e de suas duas principais entidades representativas: a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e s Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP). Como resultados, tem-se que (i) as políticas de incentivo à internacionalização do capitalismo brasileiro executadas nos governos do PT beneficiaram grandes empresas de setores de baixa tecnologia; (ii) ocorreu uma mudança no posicionamento da CNI quanto a essas políticas, sendo inicialmente favorável e otimista, e posteriormente crítica; e (iii) o perfil e os interesses do empresariado industrial brasileiro mudaram no período analisado, refletindo alterações decorrentes do neoliberalismo e da crise de 2008. Conclui-se que os processos de desindustrialização, reprimarização da pauta exportadora brasileira e financeirização alteraram o perfil produtivo brasileiro, afetando o empresariado industrial, que perdeu força ao mesmo tempo em que passou a ter interesses rentistas. Além disso, a crise de 2008 levou ao acirramento do conflito distributivo doméstico no Brasil, e o empresariado deixou definitivamente de apoiar o governo petista. Ademais, o crescimento da participação chinesa nos mercados sul-americanos impactou negativamente o empresariado industrial brasileiro. Esses fatores explicam a mudança do posicionamento do empresariado quanto às políticas de incentivo a internacionalização do capitalismo brasileiro para a América do Sul, e a consequente ausência de apoio – político e material - para sua realização. Conclui-se, também, que a pequena parcela do empresariado brasileiro verdadeiramente beneficiada pelas políticas analisas foi afetada pela Operação Lava-Jato, que desarticulou sua capacidade de prosseguir no processo de internacionalização para a América do Sul. |