Associação entre transtornos mentais comuns e acidentes de trabalho em auxiliares de enfermagem de uma universidade: Estudo Pró-Saúde.
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Medicina Social BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/4777 |
Resumo: | Nesta tese, são analisados dados epidemiológicos sobre a inter-relação entre saúde mental e acidentes de trabalho. A perspectiva teórica do desgaste da saúde no processo de trabalho dos profissionais de enfermagem contribui para a compreensão da associação entre a presença dos transtornos mentais comuns (TMC) e a ocorrência de acidentes de trabalho (AT). A literatura aponta uma associação direta entre TMC e AT, porém com limitações pela escassez de estudos multidimensionais e longitudinais, além da natureza e a direção da associação não estarem claras. A população de estudo consistiu de 581 auxiliares de enfermagem do sexo feminino que participaram em ambas as fases 1 (1999) e 2 (2001-2) do Estudo Pró-Saúde (EPS), uma investigação prospectiva conduzida entre funcionários técnico-administrativos de uma universidade no Rio de Janeiro. A incidência de AT no período de 12 meses (número de profissionais que sofreram pelo menos um AT) anteriores a participação na fase 2 (2001-2) foi de 239 indivíduos acidentados, equivalente a 37% da população. Entre aqueles que sofreram AT em 2001-2, 41% apresentavam TMC em 1999; para os que sofreram AT com a presença dos TMC em 2001-2, essa proporção chegou a 51,4%. ATs foram associados a uma chance 1,70 vezes maior (IC 95%: 1,21-2,40) de presença dos TMC em 2001-2, após ajustes por idade, escolaridade e renda per capta. A persistência dos TMC em 1999-2001-2 foi associada a uma chance 1,58 vezes maior (IC 95%: 1,02-2,47) da incidência de AT em 2001-2, quando ajustada por idade, escolaridade e renda per capta. A persistência de AT em 1999-2001-2 foi associada aos afastamentos motivados pelo AT em 2001-2, razão de chances de 2,10 (IC 95%: 1,1-4,02), e aos AT com implicações osteomusculares em 2001-2 com uma razão de chances de 2,18 (IC 95%: 1,26-3,75), ambas as medidas ajustadas por idade, escolaridade e renda per capta. Um modelo multivariado ampliado com variáveis sóciodemográficas, ocupacionais e de saúde provenientes do modelo teórico da tese e consideradas como intervenientes à ocorrência de AT com uma adequada significância estatística, neste a persistência dos TMC em 1999-2001-2 foi associada a chances quase três vezes maiores para o AT em 2001-2, razão de chances de 2,72 (IC 95%: 1,22-6,07), ajustadas por idade, escolaridade, renda per capita, tempo de profissão e consumo de álcool. Os AT com implicações osteomusculares apresentaram maior força de associação para a presença dos TMC. Foram conduzidas análises de sensibilidade, restringindo os AT a dois subconjuntos provavelmente de maior gravidade: aqueles que foram objeto de atendimento médico e aqueles que motivaram afastamento do trabalho. Nessas análises, acentuou-se a magnitude das associações de interesse, sobretudo para AT relacionados a afastamentos. O estudo apontou associações relevantes entre os AT e a presença dos TMC nesta população de nas mulheres auxiliares de enfermagem. Novos estudos, para investigar essa associação em outras populações de profissionais de enfermagem e da área de saúde, bem como entre profissionais de outras áreas, poderão avaliar o tema em relações de trabalho de forma mais diversificada. |