Evangélicos e meio técnico-científico-informacional no Brasil: um estudo a partir da Igreja Batista da Lagoinha
Ano de defesa: | 2024 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Instituto de Geografia Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Geografia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22352 |
Resumo: | A presente pesquisa objetivou discutir a ampliação do evangelismo pentecostal brasileiro, a partir do estudo espacial da Igreja Batista da Lagoinha (IBL), uma denominação protestante pentecostal associada às classes médias urbanas, originada da Igreja Batista, em 1957, em Belo Horizonte. A ideia central é levantar e analisar as principais estratégias socioespaciais utilizadas pela Igreja para sua consolidação e expansão territorial. Com uma estrutura organizacional empresarial e focada no mercado religioso, a IBL passou a se expandir com maior expressão no final da década de 1970, justamente a década que marca o início do período técnico-científico-informacional, conforme caracterizado por Milton Santos (1994 e 1996). Assim, o meio técnico-científico-informacional e os conceitos a ele associados de tecnosfera e psicosfera foram de fundamental importância teórica para esta investigação. Do ponto de vista metodológico, além da realização de levantamentos bibliográficos e documentais, foram também coletados dados através das bases censitárias do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, assim como os disponibilizados pela própria IBL no seu site oficial. Como ainda não foram disponibilizados dados censitários IBGE de 2022, relativos à religião, foram aqui utilizados os dados disponibilizados pelo Instituto Datafolha, bem como as projeções da Escola Nacional de Ciências Estatísticas do IBGE. Paralelamente, foram realizados trabalhos de campo nas principais instalações da IBL no estado do Rio de Janeiro: Barra da Tijuca, Leblon e Niterói. De forma sumária, os resultados desta pesquisa indicam que a IBL se expandiu no território brasileiro concomitante à intensificação da modernização do território e do processo de urbanização desencadeado, sobretudo, na década de 1970. Desse modo, a IBL se instalou nas áreas mais urbanizadas, e em 2023 apresentava um total de 522 igrejas no Brasil. Além disso, iniciou sua atuação empresarial, constituindo empreendimentos que formaram uma verdadeira rede técnica no território brasileiro, tendo a informação como componente fundamental e constituindo parte da psicosfera do período. A partir do recorte espacial do Rio de Janeiro, observou-se que a IBL adotou uma estratégia locacional voltada para as áreas mais valorizadas e privilegiadas social e economicamente. Outra característica locacional importante é o padrão de localização das suas igrejas, próximas aos centros urbanos e às principais vias de circulação, possibilitando o fácil acesso e a atração através do consumo. Ademais, as ações assistencialistas demonstram a relação orgânica entre evangelismo pentecostal e o processo de globalização. Observou-se ainda que a forma de atuação da IBL no território brasileiro está em consonância com o processo da globalização, conforme assinalado por Milton Santos (2001), como fábula e perversidade. |