Associação entre os níveis plasmáticos de adiponectina, leptina, insulina e TSH e a mortalidade em pacientes submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Guimarães, Alana Galvão Costa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Fisiopatologia Clínica e Experimental
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/23469
Resumo: Introdução: As doenças cardiovasculares são a principal causa de óbitos no Brasil e no mundo. Hormônios podem influenciar no desfecho de cirurgias cardíacas, entre eles a leptina, pois influencia a fisiopatologia das doenças cardiovasculares por meio da promoção de inflamação, estresse oxidativo, disfunção endotelial e remodelamento cardíaco. A adiponectina participa da homeostase da glicose e é conhecida pela capacidade de ser antidiabética, antiaterogênica e anti-inflamatória, supostamente tendo efeito cardioprotetor. A insulina é o hormônio que possibilita ao miocárdio a utilização da glicose enquanto fonte de energia e o diabetes mellitus está associado a maior mortalidade cardíaca. Baixas concentrações de TSH são preditivos de eventos cardíacos pós-operatórios e mortalidade cardiovascular. Dessa forma, esses 4 hormônios poderiam funcionar como biomarcadores do desfecho de cirurgias cardíacas. Objetivos: analisar as concentrações séricas de adiponectina, leptina, insulina e TSH em pacientes que passaram pela cirurgia de revascularização do miocárdio (RVM) e associar os dados hormonais com o percentual de óbitos no período de até um ano após a realização da cirurgia. Metodologia: Estudo clínico observacional e prospectivo realizado no Hospital Universitário Pedro Ernesto da UERJ, localizado na cidade do Rio de Janeiro. Foi desenvolvido com 80 pacientes admitidos à unidade cardiointensiva para realização de cirurgia cardíaca com circulação extracorpórea. Resultados: o grupo de pacientes que foram a óbito em até um ano após a cirurgia apresentaram as seguintes diferenças estatísticas na concentração hormonal, comparado ao grupo sobrevivência: menor insulina (UI/ml) no período intraoperatório (27,81 ± 49,60; 86,31 ± 123,20; p-valor=0,0233), maior adiponectina (ng/ml) no pré-operatório (11706,3 ± 12597,2; 4419,2 ± 2988,4; p-valor= 0,0061); intraoperatório (6991,7 ± 6542,7; 3403,8 ± 2567,6; p-valor= 0,0055); às 24 horas de pós-operatório (6715,8 ± 5085,0; 4673,6 ± 3978,2; p-valor= 0,0092) e às 72 horas de pós-operatório (8857,3 ± 5765,8; 4673,6 ± 3978,2; 0,0006); e menos TSH (pg/ml) às 72h pós operatório (24,4 ± 24,9; 216,2 ± 405,7; p-valor= 0,0301). Não observamos diferença significativa na concentração de leptina (pg/ml) nos períodos avaliados. Conclusão: A leptina não foi identificada como um marcador relevante para o risco do óbito ou sobrevivência do paciente que realiza a cirurgia RVM. A insulina aumentada no período intraoperatório do grupo sobrevivência pode estar associada ao estresse cirúrgico e ao metabolismo miocárdico da glicose para poupar o consumo de oxigênio pelo músculo cardíaco. Concentrações menores de TSH no pós-operatório do grupo óbito, podem estar relacionadas ao maior risco de eventos cardíacos adversos e com o aumento de citocinas pró-inflamatórias, o que contribui para o risco de óbito. Dentre estes hormônios, nossos dados sugerem que a adiponectina seja o biomarcador mais relevante para o prognóstico do paciente que passa pela cirurgia RVM. A maior concentração de adiponectina em pacientes do grupo óbito pode ocorrer devido a uma resposta compensatória, na tentativa de mitigar fatores adversos na função do ventrículo esquerdo e promover o consumo de glicose pelo miocárdio. Todavia, o papel da adiponectina como biomarcador do pior prognóstico cardíaco precisa ser melhor elucidado.