Educação permanente em saúde por teleducação: o caso do Programa Telessaúde Brasil Redes sob a perspectiva dos usuários.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Rodrigues, Pedro Máximo de Andrade
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Medicina Social
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/4502
Resumo: O conceito de Educação Permanente em Saúde foi apropriado pelo SUS, como categoria capaz de atender a demanda de qualificação dos profissionais que integram a Estratégia de Saúde da Família, tendo em vista o reordenamento institucional da saúde pública, cujo modelo estruturante é o da Atenção Básica à Saúde. Entre os princípios orientadores do SUS destaca-se o da atenção integral sintetizado no termo integralidade, concepção abrangente que está orientada à organização dos serviços voltados ao cuidado e a humanização das práticas de atenção à saúde. O estado do Amazonas, como parte da Amazônia brasileira, intensifica os desafios de cobertura à saúde da sua população, caracterizada por peculiar rarefação demográfica, porém, com a existência de uma rica sociodiversidade (caboclos, ribeirinhos, etnias indígenas e quilombolas). O Programa Telessaúde Brasil Redes resultou do esforço do Ministério da Saúde no sentido de criar um modelo de telessaúde voltado ao compartilhamento de saberes e práticas, com foco nas equipes multiprofissionais da Estratégia de Saúde da Família no interior do país. As ações de teleconsultoria, telediagnóstico, segunda opinião formativa e teleducação constituem o conjunto de ações básicas a serem desenvolvidas pelo Programa Telessaúde Brasil. O estudo realizado é do tipo qualitativo-descritivo, apoiando-se no método Estudo de Caso Etnográfico. Nesta pesquisa foram aplicadas as técnicas de pesquisa documental, observação e registro de práticas de teleducação e entrevistas semiestruturadas. As entrevistas foram realizadas junto aos sujeitos, que interagem na oferta e demanda das atividades de teleducação, particularmente os seus usuários diretos, os trabalhadores de saúde que integram as equipes da Estratégia de Saúde da Família nos municípios selecionados. A organização, análise e interpretação dos dados coletados nas entrevistas foram realizadas com base na Teoria Fundamentada nos Dados, a qual visa gerar uma teoria a partir da percepção e do conhecimento dos sujeitos participantes dos processos em estudo. O estudo revelou a validação do modelo de telessaúde pelos trabalhadores da Estratégia de Saúde da Família, participantes da pesquisa, destacando como pontos forte a possibilidade de intercambiar informações voltadas à resolutividade da atenção por meio de teleconsultorias e da capacitação permanente por meio de atividades de teleducação. Como aspectos limitantes dessas práticas foram destacadas a sua não integração ao contexto das ações programáticas, o que cria conflitos de interesse face à obrigatoriedade de cumprimento das atribuições já estabelecidas para as equipes, e a qualidade ainda deficiente da conectividade disponível na Rede Telessaúde Amazonas, que resulta no realização de webconferências com perdas frequentes de sinal. Faz-se ainda sugestões orientadas para a integração entre a Coordenação estadual, a Coordenação do Telessaúde Amazonas e gestores municipais de saúde no sentido de realizarem ações de planejamento articuladas em planos estadual e municipais de Educação Permanente em Saúde, nos quais as ações de telessaúde sejam parte integrante, tendo em vista a institucionalização do seu uso e do acesso nos serviços de saúde e a integralidade do cuidado dos seus usuários, a população do interior amazonense.