História, crises e tendências da atenção hospitalar pública na Cidade do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Moraes, Eliane da Cruz
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Medicina Social Hesio Cordeiro
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19203
Resumo: O presente trabalho tem o objetivo de estudar a evolução da rede hospitalar na Cidade do Rio de Janeiro (CRJ), a forma como foi estruturada no decorrer dos anos e principalmente a adequação dos serviços após a criação do SUS. O estudo abrange o período colonial até o ano de 2020. Foram mensurados dados estatísticos e indicadores relativos ao número de unidades criadas antes e após a existência do SUS, população residente no município do Rio de Janeiro, oferta do número de leitos, internações de alta complexidade e oferta de serviços nas respectivas Áreas Programáticas. Foi realizado um levantamento histórico das unidades contemplando os anos de criação, vínculos e mudanças, assim como os serviços de atendimento nos âmbitos municipal, federal, estadual e unidades privadas. A criação do SUS trouxe novos desafios, novas discussões, a adoção do direito à saúde, além de necessidades relativas a uma nova forma de organização, agora na perspectiva de uma política pública de saúde. Neste sentido, o trabalho apresenta pontos de discussões e normatizações que fizeram parte da construção do sistema e formação da rede de saúde, principalmente na atenção hospitalar. O processo de municipalização das unidades federais, assim como a crise ocorrida em 2005 entre o município e o governo federal também foram elementos de discussão. Foi realizada uma pesquisa bibliográfica, optando-se pela utilização do método quantitativo. Através da pesquisa de dados, foi possível realizar um comparativo do número de unidades criadas e seu respectivo período histórico, assim como a extensão da rede após a criação do SUS. Também foram elencados itens relativos à distribuição dos hospitais nas diferentes áreas da CRJ, número de internações e leitos de alta complexidade, perfil socioeconômico e estimativo populacional. A pesquisa permitiu construção de um perfil com atuais características da rede hospitalar. Através da comparação de dados, foi possível observar que a expansão da rede não acompanhou devidamente a dinâmica populacional, se manteve fundamentalmente concentrada nas áreas do Leste da Cidade (AP 1.0, 2.1 e 2.2), mostrou principalmente as desigualdades na oferta de serviços hospitalares em relação à distribuição da população. As áreas mais populosas com perfil de menor poder aquisitivo, são as mais afetadas. Na pesquisa também foi possível observar a importância da CRJ para outros municípios e estados, considerando que 20% de internações não são de residentes no município. Também foi realizado um levantamento entre as regiões do ERJ, onde novamente a CRJ se destaca frente às demais regiões do Estado. A não adequação da rede hospitalar do SUS constitui a principal observação crítica do trabalho. O presente estudo tem o objetivo de contribuir para uma eventual correção futura, considerando que, a rede não contempla hoje as reais necessidades da população. Sua organização atual afeta principalmente as áreas menos favorecidas economicamente. O que temos hoje é uma insuficiência de planejamento da rede SUS na CRJ, sendo importante despertar uma reflexão sobre a estimativa de crescimento populacional, para que futuramente esta rede possa estar organizada e estruturada de forma a atender a população conforme as diretrizes do SUS. Devemos também considerar a situação dos municípios adjacentes, pois a ausência de estrutura é um dos motivos do deslocamento de usuários em busca de serviços na CRJ.