Práticas Cotidianas de Nutricionistas no Âmbito da Alimentação de Coletividades em Unidades de Alimentação e Nutrição Terceirizadas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Fonseca, Renata Borchetta Fernandes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico:Instituto de Nutrição
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Alimentação, Nutrição e Saúde
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/7206
Resumo: Desenvolveu-se esta tese diante do interesse nas maneiras diferentes que os nutricionistas, no âmbito da alimentação de coletividades em unidades de alimentação e de nutrição terceirizadas, fazem combinatórias de operações, que se deslocam das fronteiras de dominação, em uma perspectiva de criação anônima, nascida da prática que desenvolve a gestão de si, respeitando seus limites, diante das exigências do mercado e da organização do trabalho. Buscando-se compreender as maneiras de fazer o cotidiano no âmbito de unidades de alimentação e de nutrição, lugar de práticas laborais dos nutricionistas de alimentação de coletividades, abordaram-se a organização do trabalho na sociedade contemporânea, a terceirização, a alimentação de coletividades e a sua trajetória e o nutricionista. Para compreender as práticas cotidianas, utilizamos Michel de Certeau e, para o melhor entendimento dos efeitos que a organização do trabalho provocam na vida desses nutricionistas, foram utilizados Marcio Pochmann e Ricardo Antunes. Trata-se de um estudo de natureza qualitativa que acontece no espaço da Alimentação de Coletividades, em Unidades de Alimentação e de Nutrição, geridas sob o modelo da terceirização. Tem-se como cenário duas empresas de Alimentação de Coletividades, que prestam serviços de alimentação, localizadas no estado do Rio de Janeiro. Para o trabalho de campo, a técnica de pesquisa escolhida foi a entrevista semiestruturada, realizada no ambiente de trabalho do nutricionista, e o sistema de rede foi escolhido para eleger os entrevistados, em que as pessoas indicadas sugerem que se procurem outras, e assim sucessivamente. O roteiro da entrevista foi divido em três blocos, destacando-se a inserção do nutricionista na área da alimentação de coletividades, seguido das práticas cotidianas no trabalho e finalizado com a gestão e com a organização do trabalho. A análise das entrevistas ocorreu pela Análise de Discurso, baseada na Escola Francesa, que, no Brasil, representa-se pela autora Eni Orlandi. Foram entrevistados doze nutricionistas, e as categorias conceituais destacadas para o trabalho foram: Organização do Trabalho e Práticas Cotidianas. A partir das categorias, foram identificados os núcleos de sentido, diante das formações discursivas dos entrevistados. Percebe-se o fortalecimento das empresas prestadoras de serviços de alimentação, em um modo de organização do trabalho considerado, em muitos aspectos, taylorista-fordista, estruturado em rotinas e em normas técnicas para a produção de refeições em um processo de trabalho que segue uma linha de montagem . Nota-se um espaço de pouca ou de nenhuma possibilidade para invenções, o que não é percebido por eles; entretanto, relatam não precisar de invenções em seu dia a dia, ou seja, ações desconsideradas por eles, que estão imersos em uma obediência a regras, de tal forma incorporadas, que reduzem as relações e as experiências criativas ao imperativo da sobrevivência neste local. Nesse sentido, operam de modo reprodutivista. Assim, em um espaço sem invenções, mas cheio de táticas para que se mantenham naquele lugar, tem-se a impressão de que não percebem os efeitos que a organização do trabalho pode gerar em suas vidas. Essas modificações não são consideradas invenções, mas táticas ou burlas que modificam essas práticas prescritas, dentro das regras existentes, ou seja, há mudanças, mas com certa permissão