As Representações Sociais da Espiritualidade e da Religiosidade para pessoas que vivem com HIV/Aids: estrutura de pensamento, enfrentamento da síndrome e cuidado de enfermagem

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Nogueira, Virginia Paiva Figueiredo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Enfermagem
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Enfermagem
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17952
Resumo: Para estudar as representações da espiritualidade e da religiosidade, objetivou-se descrever a estrutura das representações sociais da espiritualidade e da religiosidade para pessoas que vivem com o HIV/Aids; identificar o núcleo central e os elementos periféricos superativados das representações sociais estudadas; descrever o processo de vivência do HIV/Aids no cotidiano em sua interface com as expressões de espiritualidade e religiosidade; descrever os conteúdos das representações sociais estudadas; analisar a relação entre as representações sociais da espiritualidade e da religiosidade para pessoas vivendo com HIV/Aids como subsídio para o cuidado de enfermagem. Trata-se de um estudo descritivo e exploratório com abordagem quanti-qualitativa, orientado pela teoria das representações sociais, realizado entre 2015 e 2017 num ambulatório especializado em HIV/Aids. Na primeira etapa participaram 166 pacientes respondendo à coleta de evocações livres aos termos indutores espiritualidade e religiosidade e à escala de religiosidade de DUKE. No segundo momento participaram 60 entrevistados respondendo ao mise-en-cause; 61 ao choix-par-bloc; 50 aos esquemas cognitivos de base da espiritualidade e 66 da religiosidade. Em seguida, 32 sujeitos participaram da entrevista em profundidade. A análise estrutural da espiritualidade mostrou que Deus e religião são os elementos centrais e que a fé é um elemento periférico superativado. Para o grupo, a espiritualidade é a busca de um contato com Deus mediado pela religião e suas práticas, a fé promove a conexão de outros elementos como força e paz. A análise estrutural da religiosidade resultou na centralidade de Deus e amor, fé também foi um elemento superativado. A religiosidade foi marcada pela centralidade de Deus, ser superior, e que ao mesmo tempo, é um ser próximo, amigo e que concede amor. A fé também fez um papel de ligação entre os elementos periféricos e os centrais. Na análise processual foram geradas a classe 2 que mostrou o pensamento dos sujeitos acerca da espiritualidade e religiosidade, viu-se que os discursos corroboram com o resultado da abordagem estrutural. As classes 3 e 1 abrangeram o viver com HIV/Aids, a aceitação diagnóstica e a convivência com o vírus na vida cotidiana, apontando a representação da aids como doença crônica. Propôs-se, a partir das representações, um modelo de cuidado com base na cultura/religião, para isto, apoiou-se na teoria do cuidado transcultural. Deste modo, o enfermeiro deve receber as demandas do cliente através da comunicação e investigar qual a importância da religião e de Deus em sua vida, para que a partir deste conhecimento, se busque propor além do cuidado terapêutico, uma busca pelo cuidado religioso/espiritual, e desta forma, o cliente possa melhorar os sintomas físicos e sentir um bem-estar espiritual. Ao final do estudo, constatou-se que a espiritualidade e a religiosidade podem ser consideradas duas faces de uma moeda, ao mesmo tempo compartilham elementos centrais, mas ativam sentidos distintos no cognitivo dos sujeitos.