A representação social da religiosidade para as pessoas que vivem com HIV/Aids atendidas num hospital universitário do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Souza, Karen Paula Damasceno dos Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Enfermagem
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Enfermagem
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/11434
Resumo: O presente estudo tem como objetivo analisar a religiosidade e suas representações como um elemento de enfrentamento do diagnóstico, de adesão à terapia antirretroviral e da vivência da síndrome. Trata-se de um estudo qualitativo, embasado nas abordagens estrutural e processual da Teoria das Representações Sociais, desenvolvido em duas etapas. Na primeira, participaram 166 clientes de um serviço ambulatorial de assistência especializada em HIV de uma unidade hospitalar do Rio de Janeiro. Foram utilizadas, como técnicas de coleta de dados, a aplicação de um questionário de dados sóciodemográficos e um instrumento de coleta de evocação livre ao termo indutor Religiosidade . Os dados obtidos a partir das evocações foram analisados por meio das técnicas do quadro de quatro casas, com o apoio do software EVOC versão 2005, e da análise de similitude por coocorrência, enquanto os sócio-demográficos o foram através do software SPSS versão 20. Na segunda etapa, participaram 32 clientes do referido ambulatório, sendo os dados coletados através de entrevistas semi-estruturadas sobre os temas aids e religiosidade e analisados pela análise lexical através do software Iramuteq. A estrutura da representação apresenta os cognemas ter-fé, Deus e acreditar como possíveis núcleos centrais, ao mesmo tempo em que a análise de similitude ressalta que os elementos ter-fé, acreditar e amor são, respectivamente, os que possuem maior número de ligações com outras palavras, o que confirma maior possibilidade de centralidade para os dois primeiros. Da análise lexical, emergiram cinco classes, quais sejam, entre o normal e o anormal: o viver com a síndrome e o seu contexto social, familiar, religioso e sanitário; a continuidade da vida e o processo de viver com a síndrome: a evolução das tecnologias, o enfrentamento da morte e o contexto da religiosidade e espiritualidade; a religiosidade e a religião no contexto da PVHA: práticas, crenças e influências; as vivências do Preconceito e da Solidariedade à PVHA no contexto de suas religiões; e o processo de diagnóstico do HIV/Aids: impacto, desafios e avanços. Em uma análise transversal às classes, observa-se sua contextualização pelas etapas de convivência com o HIV, assim com pela existência da religiosidade nestas circunstâncias. Observa-se, ainda, a complexidade da relação entre a religiosidade e a aids ao longo da história, evidenciada nos dias atuais como importante para a luta pela vida nas questões subjacentes ao HIV/Aids. A partir do conjunto dos dados, constatou-se que a representação social da religiosidade abarca duas dimensões: Uma conceitual que se reporta à psicossociologia do conhecimento e outra consequencial que se refere ao que a religiosidade e a religião proporcionam aos sujeitos no enfrentamento da síndrome. A conceitual centra-se na relação com o Divino, enquanto a consequencial relaciona-se ao suporte psicológico, afetivo e social oferecido pela religião. Conclui-se que a religiosidade é considerada um fator importante para a melhor convivência com o HIV, sendo um dos alicerces para o enfrentamento da síndrome e, até mesmo, de sua naturalização no cotidiano dos sujeitos.