Professora, qual é a conta? - elos entre as situações-problema e os diálogos de estudantes do Ensino Fundamental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Xavier, Bernadete Mendonça de Alencar
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Formação de Professores
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Educação - Processos Formativos e Desigualdades Sociais
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22349
Resumo: Esse trabalho é uma pesquisa qualitativa cujo objeto de estudo se pautou no diálogo nas aulas de Matemática e sua relação com a aquisição e ampliação dos conceitos de estruturas multiplicativas, tendo como aporte teórico, os estudos de Vergnaud acerca da resolução de situações de estruturas multiplicativas e as contribuições de Alro e Skovsmose em torno do conceito de comunicação dialógica. O desempenho dos estudantes de uma turma do quinto ano de escolaridade foi comparado em três etapas distintas: num pré-teste, numa intervenção didática e num pós-teste. Tendo como referência Gitirana et al., foram contempladas situações de comparação multiplicativa voltadas para o contexto dos alunos de acordo com as duas classes desse eixo multiplicativo: (i) relação desconhecida e (ii) referente ou referido desconhecido. Foi aplicado um protocolo com seis questões para cada uma das três fases da pesquisa. Tendo como inspiração a pesquisa-ação, foi investigado o que acontece com as resoluções dos estudantes durante e após processos dialógicos promovidos por ações didáticas de cunho intervencionista em que dois papéis foram assumidos concomitantemente: o de professora regente do grupo investigado e o de pesquisadora em educação. Com um mergulho no grupo focal, composto por quatro crianças, foram constatadas evoluções no raciocínio dos estudantes. Os resultados apontaram que, por meio de diálogos em pequenos grupos seguidos de plenárias, os estudantes compararam e reformularam alguns cálculos, dentre eles a divisão, operação requerida nos problemas mais complexos que foram abordados. Os diálogos em ação levaram os estudantes a reconhecer a natureza das situações de multiplicação comparativa num processo autoavaliativo que incluiu correção de erros, crítica construtiva, conselho, apoio e elogio, tudo isso realizado cuidadosa e horizontalmente nos momentos de troca e interações entre as crianças e a professora. Concluiu-se que qualquer situação do Campo Conceitual Multiplicativo pode e deve ser bem trabalhada com os estudantes das séries iniciais desde que seja garantido um conjunto de ações, tais como: cuidado com o uso da linguagem empregada na elaboração dos enunciados; fomento da ação de perguntar como estratégia para explicitação dos esquemas implícitos; promoção de momentos individuais e grupais para interação entre estudantes; abertura para partilha e análise de diferentes perspectivas; e superação do tratamento do erro como algo absoluto e a ser eliminado. Investigar processos de comunicação e interação entre professores e crianças dos anos iniciais é uma temática fecunda para o campo da Educação Matemática. sugestão para futuras pesquisas, principalmente na exploração de outros eixos multiplicativos. Deve haver mais alcance dessa teoria por parte dos docentes dos anos iniciais, pois ela é potente para subsidiar a diagnose das potencialidades e a intervenção frente às fragilidades dos educandos no processo de aprendizagem matemática.