A criação curricular cotidiana e as políticaspráticas da EMEF Prof. Waldir Garcia: caminhos de canoa nos/dos currículos de educação integral
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Formação de Professores BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Educação - Processos Formativos e Desigualdades Sociais |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/9901 |
Resumo: | Este trabalho de pesquisa surge do encontro de vários desejos e práticas sociais com o interesse comum de visibilizar possibilidades emancipatórias na educação pública junto com aqueles/aquelas que criam e recriam saberesfazeres no cotidiano escolar. Por isso, se situa no campo, ao mesmo tempo, teórico-político-epistemológico-metodológico dos estudos nos/dos/com os cotidianos escolares. Buscou compreender os currículos praticadospensados no cotidiano da EMEF Prof. Waldir Garcia e as políticaspráticas dos sujeitos envolvidos nessa trama a partir de suas possibilidades emancipatórias. Trata-se da primeira escola de tempo integral mantida pelo poder público municipal de Manaus desde o ano 2016 que, estando situada nas proximidades do igarapé da Cachoeira Grande (na zona Centro-Sul da cidade) e vivido de muito perto as intervenções urbanísticas e ambientais impostas no seu entorno, se deparou com situações que ameaçavam a sua existência naquela localidade, a levando a tomadas de decisão políticopedagógicas que afetaram/afetam a sua vida cotidiana, corporificadas no alargamento da jornada em tempo integral e na assunção processual de um projeto políticopedagógico fundamentado na educação integral. Nesse âmbito, aponto para a complexidade de circunstâncias envolvidas no dentrofora da escola na relação com a educação integral e, sobretudo, com a diversidade de sujeitos e culturas que circulam no seu espaçotempo, com a presença de alunos haitianos e venezuelanos, chegados a Manaus em recentes fenômenos migratórios. Assim, discuto noções centrais no campo da educação integral e dos significados implicados no alargamento da jornada escolar em suas contradições e possibilidades, me pautando em estudos de Ana Maria Cavaliere e Miguel Arroyo, capaz de oferecer alguma contribuição para o debate sobre a escola de tempo integral como política pública na esfera municipal. Assumo a posição de que a forma e o conteúdo da escola de tempo integral não podem depender nem de espontaneísmos e nem de intervenções estritamente técnico-pedagógicas que ora acentuam, ora desfocam a centralidade das escolas na definição e implementação do seu projeto políticopedagógico. Para credibilizar os modos de [re]existência praticados pela escola por meio de seus currículos praticadospensados no cotidiano com a educação integral e das suas politicaspráticas, busquei aporte em Boaventura de Souza Santos, Inês Barbosa de Oliveira, Nilda Alves e Michael de Certeau, sinalizando também para as relações que ligam os processos de padronização dos territórios urbanos (sob o subterfúgio de [re]qualificá-los), com os de padronização curricular (sob o subterfúgio de [re]qualificar a prática docente), em prol de resultados calculáveis. Considerando ainda o contexto em que a escola se situa, chamo de caminhos de canoa àquelas situações que vêm a exigir de seus praticantes habilidades, astúcias, manejos e engenhosidades diárias, muitas vezes em situações inesperadas. São também experiências curriculares que abrigam as dimensões criadoras e o potencial de irresignação frente à racionalidade moderna. Tais caminhos têm levado a escola a experimentar processos de autoridade partilhada, desinvisibilizando saberes e sujeitos no seu cotidiano, que caracterizam as suas políticaspráticas como luta por justiça social e cognitiva, operando a ecologia de saberes. |