“Pequena memória para um tempo sem memória”: violências e resistências entre mulheres do Serviço Social na Ditadura Civil-Militar de 1964-1985

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Alves, Maria Elaene Rodrigues
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Faculdade de Serviço Social
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Serviço Social
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17733
Resumo: Nesta tese de doutoramento se propôs o estudo das violências e resistências vivenciadas por mulheres do serviço social em sua inserção no enfrentamento à ditadura civil-militar no Brasil, entre 1964 e 1985. A complexidade desse tema está relacionada à formação social brasileira e, portanto, à forma como o capitalismo aqui se expressou. Destaca-se como hipótese de trabalho, nesta tese, a afirmação de que as relações patriarcais devem ser associadas à explicação da produção e reprodução das relações sociais capitalistas no país, bem como de que ditadura civil-militar freou o desenvolvimento teórico-metodológico da profissão em sua vertente crítica, só expressa e retomada no Brasil a partir de 1979. A aproximação ao objeto de estudo encontra convergência com a inserção de sua autora junto à temática da violência contra a mulher. Esta proximidade é traduzida por experiências de cunho acadêmico e profissional. O vínculo com a bandeira de luta das mulheres, ou seja, do feminismo – como movimento social emancipatório que se propõem a superação da dominação/exploração patriarcal capitalista, pautando a igualdade e a liberdade para mulheres –, esteve, portanto, relacionada ao interesse em realizar esta pesquisa. Para a realização deste estudo qualitativo e de natureza exploratória se recorreu, além da revisão teórico-bibliográfica, ao trabalho de campo envolvendo entrevistas com 10 (dez) mulheres do Serviço Social que estiveram inseridas, como estudantes, assistentes sociais e/ou docentes, nas lutas e resistências daquele período, bem como sofreram diferentes tipos de violência nesse processo. Também foram consultadas fontes documentais diversas, desde aquelas já publicadas até a consulta e análise de registros do Sistema Nacional de Informações (SNI), disponíveis no Arquivo Nacional, no Centro de Referência das Lutas Políticas no Brasil, denominado “Memórias Reveladas”. A ditadura instalada pelo golpe civil-militar em 1964, desde seus momentos iniciais até seu declínio, se impôs abertamente pela força militar, coerção e violência, ao mesmo tempo em que restringiu ao limite os direitos mais elementares. Esses anos foram, contudo, também de resistências e de lutas, que são expressas assim no plural justamente para evidenciar a multiplicidade de movimentos que se articulavam àquele de defesa de uma sociedade democrática. Também foram múltiplas as formas de violência experimentadas e que se especificam entre as mulheres – física, psíquica, sexual, institucional –; enfim, violências que são explicadas nesta tese como relações patriarcais, que se associam às relações sociais capitalistas no país. Também são explorados os processos relacionados à experiência daquela geração, procurando identificar e estabelecer possíveis relações com o III Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais (III CBAS), ou “Congresso da Virada” como usualmente é lembrado, e a retomada da vertente crítica na profissão.