Campo de nobres e temíveis cavaleiros: a atuação Kadiwéu contra o estabelecimento de não-indígenas em seu território (1957-1967)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Braga, Emerson Corrêa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em História
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22533
Resumo: Este trabalho tem como objetivo analisar a atuação Kadiwéu, em interação permanente com o Serviço de Proteção aos Índios (SPI), durante o estabelecimento de não-indígenas em seu território entre, 1957-1967. Através da análise da documentação do Museu do Índio (mais precisamente dos arquivos internos do SPI e do Relatório Figueiredo), busca-se analisar quais respostas foram dadas pelos Kadiwéu ao ingresso de não-indígenas em seu território, tendo em consideração a visão de mundo de uma sociedade indígena singular. Para tanto, propõe-se analisar a forma pela qual os não-indígenas ingressaram e estabeleceram no território, qual foi a atuação e medidas tomadas pelo SPI e como isto foi considerado pelos Kadiwéu e de que forma condicionaram suas ações no processo. Além disso, também propõe-se analisar como os indígenas apropriavam de sua condição de tutelado a fim de projetar o SPI contra os não-indígenas em seu território. Também propõe-se examinar as ações de confrontação indígena, tanto contra os fazendeiros e contra o SPI, considerando o contexto subjacente à estas ações e as condições que permitiram a sua realização. A hipótese defendida é a de que os Kadiwéu responderam ao estabelecimento de não-indígenas em seu território por meio de ações estratégicas, que buscaram tanto contornar como formar consenso junto ao SPI, para então contraporem aos não-indígenas, mas quando isto não foi de fato possível, chocaram-se contra o órgão a fim de corrigir sua rota para que conviesse aos interesses indígenas. De modo que, os indígenas utilizaram os recursos disponíveis procurando a máxima eficiência possível, e sempre que houve espaços para melhores oportunidades, elevaram a sua “aposta” para forçar novos consensos com o SPI em condições que lhes fossem mais vantajosas.