Habilidades linguísticas em Síndrome de Williams: relações entre domínios linguístico e cognitivo visuo-espacial

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Oliveira, Renata Martins de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/6856
Resumo: A Síndrome de Williams-Beuren (Williams, 1961, Beuren, 1962) possui um perfil específico caracterizado pela deleção de genes do cromossomo 7, que acarreta características clínicas e físicas específicas. Com nariz pequeno e empinado, lábios cheios, dentes pequenos e sorriso frequente (SILVA, 2008), o indivíduo apresenta uma média de quociente intelectual considerada baixa (cerca de 55, quando o valor médio é de 100), podendo ser classificado assim, como portador de deficiência mental. Em termos de habilidades prejudicadas, é frequente o relato de dificuldades na percepção visuo-espacial, o que tem sido especificamente associado à deleção do gene LIMK1. No que diz respeito à performance linguística, a literatura da área se divide, ora afirmando que esta não parece estar afetada, destacando um uso incomum e sofisticado da linguagem (Bellugi et al, 1988, 1990, 1992, 1994; Reilly, Klima, & Bellugi, 1990), ora alertando para uma não preservação linguística em SW (Capirci, Sabbadini, & Volterra, 1996; Karmiloff-Smith et al., 1997a, b; Thomas et al., 2001; Volterra, Capirci, Pezzini, Sabbadini, & Vicari, 1996). O trabalho em questão se detém sobre as relações entre habilidade linguística e comprometimentos cognitivos, especificamente, a dificuldade viso-espacial em SW, a partir de uma concepção de língua de base gerativista, resultante de uma faculdade da linguagem que caracteriza a mente humana (Chomsky, 1995 e subsequentes). Contempla-se a hipótese de que as falhas linguísticas encontradas no indivíduo com SW sejam reflexo do comprometimento no módulo cognitivo mais especificamente, no domínio espacial -, e não estritamente no módulo linguístico, ou seja, considera-se a possibilidade de que, de um ponto de vista modular (Fodor, 1983), seja possível afirmar que a linguagem em SW estaria preservada. A fim de se investigar a relação entre domínios linguístico e viso-espacial, foram elaboradas/aplicadas três avaliações: um teste linguístico já existente, o MABILIN, que tem como objetivo avaliar a compreensão linguística em estruturas de alto custo; e dois testes voltados para a investigação de termos espaciais, elaborados para a pesquisa, sendo um focado na compreensão e o segundo, na produção. Os dados obtidos indicam maior dificuldade por parte dos indivíduos com a SW nos testes em que são incluídos termos espaciais, ao mesmo tempo em que apresentaram performance semelhante ao do grupo controle na avaliação linguística de estruturas de alto custo. Dessa forma, os resultados parecem indicar uma preservação da atuação do sistema computacional, responsável pela derivação de expressões linguísticas, assim como uma identificação do léxico específico relacionado a propriedades locativas/espaciais. A dificuldade apresentada nas sentenças que envolvem termos espaciais reflete um comprometimento cognitivo em domínios com os quais o sistema computacional faz interface para a integração de informações linguísticas com informações de natureza extralinguística.