Dois gêneros, duas histórias? A institucionalização da ciência política no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Candido, Marcia Rangel
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Estudos Sociais e Políticos
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ciência Política
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17901
Resumo: O objetivo desta tese é analisar as desigualdades de gênero na institucionalização da ciência política no Brasil. O estudo explora a hipótese que as mulheres possuem menos prestígio entre as pessoas que consolidaram a disciplina por serem afetadas pela divisão de gênero do trabalho, que as concentra em atividades e tópicos menos estimados nos meios de avaliação científica. A principal pergunta da pesquisa é: como homens e mulheres participaram da formação da ciência política no país? O texto é dividido em quatro capítulos, cada um endereçado a uma das seguintes questões secundárias: De que modo surgiu a discussão sobre as assimetrias de gênero na disciplina? Como a diversidade de gênero variou ao longo do tempo na área? Quais são as pioneiras e os pioneiros intelectuais da ciência política brasileira? Quais são as diferenças nas práticas de trabalho e na acumulação de prestígio de acordo com o gênero dos fundadores e fundadoras da disciplina? Para responder tais indagações, a investigação utiliza métodos mistos, com fontes de dados primárias e secundárias, dentre as quais, entrevistas semiestruturadas, revisão sistemática da bibliografia especializada, análise de documentos oficiais, análise de trajetórias, estatísticas descritivas, materiais de pesquisa de campo e técnicas de bibliometria. Ademais, sempre que possível, lanço mão de comparações com outros países para posicionar a realidade brasileira em relação ao cenário internacional. Os principais resultados do trabalho mostram que a diversidade de gênero varia conforme estágio de formação e função profissional, área temática de concentração dos programas de pósgraduação, universidades e práticas de trabalho. No Brasil, ao contrário de países como os Estados Unidos, berço de formação da ciência política como um setor de profissionalização, e a vizinha Argentina, as mulheres conquistaram rapidamente posições de poder na disciplina. O grupo nacional de fundadoras chega a ter tantas citações e legados de internacionalização e orientação de estudantes quanto o de fundadores. Por outro lado, quando observamos a totalidade da comunidade científica, é possível concluir que as mulheres são minoritárias nas atividades de maior prestígio, como na docência e na autoria de publicações, o que não pode ser explicado pela variação de tópicos que estudam. A redução da presença feminina conforme as carreiras progridem é um dos problemas centrais das desigualdades de gênero na história da ciência política.