Entre faixas, bandeiras e sinalizadores: o torcer-criança em uma torcida de futebol da cidade do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Silva, Maria Aparecida da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Educação
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Educação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/23188
Resumo: Nesta dissertação, denomino como torcer-criança a ação de torcer por uma agremiação esportiva de futebol, manifestada por sujeitos que possuem de 0 a 12 anos de idade. Na posição de torcedora, a criança compartilha cânticos, gestos, histórias, tradições e um conjunto de símbolos comuns com outros torcedores. Juntos, eles constituem a torcida, que, no estádio, é representada pela multidão. Considerando este conceito e partindo da premissa de que as crianças são sujeitos que não somente apreendem, mas constroem e significam a cultura, o principal objetivo desta pesquisa foi compreender quais são as experiências, significações e relações que atravessam o torcer-criança durante os jogos de futebol da equipe profissional masculina do Fluminense Football Club, nas arquibancadas do Estádio Jornalista Mário Filho, popularmente conhecido como Maracanã, localizado na Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro. De caráter etnográfica, a metodologia foi conduzida a partir da observação-participante, utilizando as técnicas auxiliares de observação, fotografia e conversas com dez crianças torcedoras do Fluminense, de idades entre 4 a 12 anos, em jogos de futebol que ocorreram no período de janeiro de 2023 a abril de 2024. A imersão em campo, junto com as crianças, permitiu a identificação de regularidades nas narrativas, práticas e relações tecidas na arquibancada, contribuindo para a categorização do material empírico em três eixos de análise, sendo: 1) socializações, experiências e aprendizagens; 2) corpo; e 3) questões de gênero. Para dialogar com os dados empíricos, foram explorados os referenciais teóricos situados no campo dos Estudos da Infância, Cultura e Sociedade. A partir dessas análises, foi possível constatar que as crianças constroem formas e significações próprias de torcer, desempenhando funções importantes para a manutenção das culturas de arquibancada, como a (re)produção de símbolos e a participação na preparação de festas tradicionais da torcida. Além disso, foi possível perceber que a posição subalternizada da categoria de infância, na sociedade, bem como os contextos políticos, econômicos e sociais que estruturam o país, impactam a presença e as experiências das crianças no estádio de futebol. Contudo, também foi verificado que a arquibancada possui um modo de funcionamento específico, atravessado pela cultura popular, onde as crianças experimentam, ainda que temporariamente, relações e papéis sociais que não usufruem em outros tempos e espaços.