Entre o claro e o escuro: um estudo sobre sistema de classificação de cor e ações afirmativas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Santos, Isabella Juliana Lopes dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Educação da Baixada Fluminense
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Educação, Cultura e Comunicação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16840
Resumo: Trata-se da dissertação apresentada, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre, ao programa de Pós-Graduação em Educação, Cultura e Comunicação em Periferias Urbanas, da Faculdade de Educação da Baixada Fluminense, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Área de concentração: Educação. Linha de Pesquisa: Educação, Movimentos Sociais e Diferença. A dissertação tem como objetivo realizar um estudo de caso sobre as “fraudes” de identidade étnico-racial, identificadas nos processos de acesso às universidades públicas estaduais e federais que aderiram às políticas de ações afirmativas para negros durante as primeiras décadas do século XXI. Como referenciais teóricos nos apoiamos em: Oracy Nogueira (2006) com o conceito de preconceito de marca; Eduardo Oliveira e Oliveira (1974) problematizando o mestiço como figura intermediária que possibilita o “passing” ou “transfuga” racial e social da categoria, e Alice Walker (1982) com o termo colorismo, o definindo como tratamento prejudicial ou preferencial de pessoas da mesma raça com base unicamente em sua cor. Adotamos a metodologia de estudo de caso, por meio da seleção de casos exemplares de fraudes postados em jornais online. Concluímos que: o sistema múltiplo de classificação de cor/raça brasileiro produz figuras intermediárias como o pardo, o mestiço ou o moreno, contribuindo, assim, para a mobilidade entre as categorias de raça/cor perturbando a construção de uma identidade étnico-racial negra. Tomando como referências os artigos de Oliveira Oliveira e Walker, que discutem dois modelos de classificação racial diferentes observamos que as categorias de raça/cor tanto em sistemas duais quanto em sistemas múltiplos, produzem mecanismos de escape das categorias de menor prestígio social devido ao estigma negativo vinculado a elas. As políticas de ações afirmativas, que introduzem os negros como novos beneficiários dessas políticas, abrem espaço para a transfuga ou passing como também, para a criação de mecanismos de controle de acesso nas instituições de ensino superior e de propostas de solução advindas da sociedade civil.