Compulsão alimentar na cirurgia bariátrica: características antropométricas, bioquímicas e comportamentais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Sant’Anna, Victoria Ferrari Canedo de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Fisiopatologia Clínica e Experimental
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22414
Resumo: A cirurgia bariátrica é considerada o recurso mais eficiente no tratamento da obesidade, muito se sabe sobre os ganhos causados por este procedimento, entretanto os aspectos relacionados a seus desfechos negativos ainda são pouco abordados, principalmente os relacionados à presença de compulsão alimentar no período pós-operatório mais tardio. Desta forma, o objetivo do presente estudo foi avaliar a influência de comportamentos sugestivos de compulsão alimentar nos parâmetros antropométricos, bioquímicos e comportamentais de pacientes pós-bariátricos. Trata-se de um estudo transversal, onde foram selecionados pacientes de ambos os sexos, acima de 18 anos, com pelo menos 1 ano de pós-operatório e no mínimo 6 meses sem acompanhamento nutricional. A presença de compulsão alimentar foi observada através da escala de compulsão alimentar, além deste também foram avaliados o nível de atividade física, uso de álcool e a qualidade de vida. Somado a isto, foram realizadas avaliação antropométrica (peso, altura, % massa gorda e % de massa livre de gordura) e bioquímica (cromo, magnésio, perfil lipídico e glicídico), além de análise qualitativa e quantitativa do consumo alimentar. Foram avaliados 70 indivíduos, 94,21% mulheres, mediana de idade 44 anos, mediana de IMC 31,5 kg/m², 42% apresentaram comportamentos sugestivos de compulsão alimentar (CTCA). Para este grupo foi observado um valor maior de taxa de reganho de peso, e menor de perda de excesso de peso, além de uma taxa de massa gorda superior e de massa livre de gordura inferior quando comparada aos demais. O valor de magnésio sérico se apresentou inferior e o de insulina superior no grupo CTCA. Além disto, evidenciou-se um maior consumo diário de calorias, carboidratos e gordura trans no grupo CTCA, na avaliação qualitativa, observou-se que os indivíduos estudados tiveram cerca de 30% das calorias diárias provenientes de alimentos ultraprocessados. Ao analisar os episódios de compulsão alimentar, notou-se que o consumo calórico mediano foi de 432,17 kcal, podendo chegar a 1.639,81 kcal, nesses momentos o consumo de alimentos ultraprocessados 81,26%. Por fim, o grupo CTCA também apresentou menores índices de qualidade de vida. Diante de todos os resultados apresentados, foi possível constatar que o transtorno de compulsão alimentar é um agravo que causa tanto prejuízos físicos, recidiva de peso e aparecimento de comorbidades, quanto psicológico, causando assim uma redução importante na qualidade de vida destes indivíduos