Identificação de genes/mecanismos moleculares associados à deficiência intelectual em mulheres a partir de padrões extremos de desvio de inativação do cromossomo X

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Vianna, Evelyn Quintanilha
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Biociências
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17975
Resumo: A Deficiência Intelectual (DI) é um problema de saúde pública com uma alta prevalência na população mundial (2-3%), afetando 30% mais homens do que mulheres. Um dos fatores associados a essa discrepância na razão sexual é a participação de mutações em genes localizados no cromossomo X. Devido ao fato das mulheres apresentarem o mecanismo de inativação do cromossomo X (ICX) para compensar a dose gênica entre os sexos homo e heterogamético, mulheres portadoras de mutações neste cromossomo podem não ser severamente afetadas pela DI. Assim, os estudos sobre a DI ligada ao X (DILX) que incluem mulheres são raros e o conhecimento sobre genes no cromossomo X que causam DI nestas é limitado. Com base nisso, esse estudo teve como objetivo principal caracterizar, a partir de desvios extremos de ICX, alterações genéticas envolvidas na DI em mulheres. Em amostras de DNA (sangue periférico e mucosa bucal) de 53 mulheres com DI, foram avaliados os perfis de ICX (genes AR e RP2) e variações no número de cópias gênicas (CNVs) associadas à DI em diferentes regiões cromossômicas, através da metodologia de amplificação multiplex por sondas ligação-dependentes (MLPA). Para as amostras identificadas com desvios moderados (≥80%) e extremos de ICX (≥90%), foi investigada a presença de variantes no gene XIST, principal envolvido na ICX. As amostras com desvios extremos foram submetidas às metodologias de hibridação genômica comparativa (array-CGH) e sequenciamento de exoma total (WES). Foram encontradas quatro pacientes com desvio moderado e sete pacientes com desvio extremo de ICX. Dentre as pacientes com desvio extremo de ICX, foram identificadas alterações relacionadas à DI, dentre elas, duas CNVs patogênicas nos cromossomos 3 (deleção em 3q26) e X [t(2;X)-der(2)], e quatro mutações de ponto nos genes HDAC8, NLGN4X, TAF1 e USP9X, sendo duas delas inéditas. Em paralelo, seis pacientes com CNVs intersticiais e subteloméricas foram identificadas, sendo uma patogênica (deleção 22q11.21), duas provavelmente benignas (duplicações em RABL2B e TERT) e três possivelmente patogênicas (duplicação em SHOX, deleções em SOX12 e RBFA). A proporção de desvios de ICX observados no estudo (20,7%) foi significativamente superior ao esperado em mulheres saudáveis (p<0,001, ꭓ²=18,61). O ensaio para a ICX foi eficaz para avaliar todas as amostras do estudo e ainda permitiu identificar o perfil de ICX das mulheres homozigotas para o gene AR, incluindo uma paciente identificada com mutação relacionada à DILX. Adicionalmente, a investigação de CNVs permitiu a identificação de um caso fenotipicamente atípico da síndrome de deleção em 22q11.21 e de mais três CNVs possivelmente associadas à DI. Desta forma, os desvios de ICX se mostraram excelentes ferramentas para a caracterização de (novos) genes/mecanismos moleculares associados à DILX em mulheres e ainda permitiu identificar alterações não descritas responsáveis pela DI e pelo desvio de ICX.