Ecologia reprodutiva de Phaethornis idaliae (Aves: Trochilidae) (Bourcier & Mulsant, 1856) na Serra de Sapiatiba, estado do Rio de Janeiro
Ano de defesa: | 2016 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/5873 |
Resumo: | A reprodução é ponto central em estudos de ecologia e evolução, e por isso muito esforço tem sido despendido para conhecer aspectos básicos da história natural e cuidado parental. No entanto, em ambientes tropicais até mesmo aspectos mais básicos da história de vida das aves são escassos, dificultando uma abordagem comparativa para busca de padrões. Assim sendo, ações efetivas de conservação na Mata Atlântica dependem, em grande parte, do conhecimento resultante de pesquisa básica sobre suas espécies endêmicas e pouco conhecidas como Phaethornis idaliae. O objetivo do presente trabalho foi descrever aspectos básicos da reprodução de P. idaliae, assim como avaliar o efeito de variáveis ambientais (tais como tempo decorrido ao longo da estação reprodutiva, período do dia e a temperatura diária) no cuidado parental (fases de ovos e ninhegos, idade dos ninhegos, tempo de permanência destes no ninho e a taxa de alimentação). Também foi investigada a distribuição espacial dos locais de nidificação e identificadas plantas suporte de ninhos de P. idaliae. Durante agosto de 2014 e fevereiro de 2016 foram realizadas buscas por ninhos, que foram mapeados com GPS e acompanhados regularmente para investigar o desenvolvimento dos ninhegos e a distribuição espacial dos ninhos ao longo da estação reprodutiva. Foram encontrados 52 ninhos confeccionados principalmente com paina de Ceiba sp. e teia de aranha, majoritariamente (80%) em plantas da palmeira Astrocaryum aculeatissimum (Arecaceae), que representa um uso maior desta espécie do que seria esperado ao acaso. A maior parte dos ninhos se concentrou em uma pequena porção central da área de estudo, assim como as moitas de A .aculeatissimum. O período reprodutivo ocorreu entre setembro e fevereiro. Em geral a postura de P. idaliae foi de dois ovos (92%, n= 38), os quais foram incubados entre 14 e 16 dias, com a fase de ninhegos variando entre 17 e 21 dias e taxa de crescimento dos ninhegos de K = 35. O tempo de permanência das fêmeas nos ninhos diminuiu significativamente com a idade dos ninhegos. Os aspectos gerais da biologia reprodutiva de P. idaliae foram mais similares aos de Phaethornis ruber e P. longuemareus, o que pode ser reflexo da relação filogenética ou alométrica entre as espécies. A taxa de sobrevivência diária (TDS = 0,953) não diferiu entre fases de ovos e ninhegos, e foi similar à de outras espécies de beija-flores, porém, maior do que para outras espécies de aves em ambiente de restinga próximo à área de estudo. Semelhante a outros estudos em região neotropical, a predação foi a principal causa de insucesso tanto em 2014-2015 (77,8%) como em 2015-2016 (53,3%). O cuidado parental em P. idaliae apresentou uma elevada variação intra-específica, que não pode ser explicada pelas variáveis ambientais testadas no presente estudo. Portanto, outras variáveis, como disponibilidade de recursos alimentares próximo aos ninhos, bem como sua eventual relação com a pluviosidade, deveriam ser consideradas em estudos futuros para tentar explicar esse resultado encontrado para a espécie estudada, assim como para outras espécies de beija-flores que apresentem elevada variação intra-específica no cuidado parental |