Atividade financeira do Estado, desigualdade econômica e democracia: o papel da tributação no fortalecimento da democracia brasileira
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso embargado |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Faculdade de Direito Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Direito |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/21742 |
Resumo: | A presente tese tem por objetivo analisar como o atual desenho das instituições tributárias e das políticas de gasto público no Brasil contribuem para a manutenção das desigualdades, com ênfase nas econômicas, e com a erosão do regime democrático brasileiro, em contrariedade às opções constitucionais normativas vigentes, em especial aos objetivos constitucionais que orientam a construção de uma sociedade que promova inclusão social, política e econômica. Para alcançar o objetivo proposto, a pesquisa desenvolvida nesta tese busca, no seu primeiro momento, analisar o atual estado das desigualdades econômicas no Brasil e no mundo, com base em dados recentes e pesquisas sobre a temática para que, com isso, demonstre-se como altos índices de desigualdade econômica e de pobreza, bem como a elevada concentração de riquezas no topo da pirâmide social representam obstáculos ao fortalecimento e consolidação da democracia e das suas instituições, contribuindo para o processo de erosão democrática, dificultando a promoção de igualdade política e igualdade de oportunidades aos indivíduos, em contrariedade aos objetivos constitucionais insculpidos no artigo 3º da Constituição Federal de 1988. Na sequência, busca-se conceituar democracia e identificar na teoria política contemporânea quais são as condições necessárias para a existência de um regime democrático, tarefa que se mostra complexa, vez inexistir “um” conceito de democracia. Para tanto, adota-se como marco teórico a teoria democrática desenvolvida por Robert A. Dahl, que tem a igualdade política como valor central. A partir dessa análise, busca-se identificar quais são as condições favoráveis e desfavoráveis ao fortalecimento democrático, com especial ênfase nas desigualdades econômicas. Após, é realizado um exame do atual desenho da Matriz Fiscal brasileira, que engloba tanto a atividade arrecadatória pela via da tributação como o gasto público, com o objetivo de identificar a sua responsividade ao combate de desigualdades econômicas e a redução dos níveis de pobreza, problemas que obstaculizam a manutenção e fortalecimento da democracia no país. Por fim, são apresentadas propostas que buscam contribuir com o campo das finanças públicas e com o debate acerca da necessária redução de desigualdades econômicas e fortalecimento e consolidação do regime democrático brasileiro. Observa-se que o atual desenho da matriz financeira do Estado brasileiro não contribui para a redução de desigualdades econômicas e da pobreza, contrariando as opções normativas positivadas no texto constitucional, resultando na deterioração da igualdade política e da igualdade de oportunidades, que são condições à existência de uma democracia pautada em valores de justiça e inclusão. A conclusão a que se chega neste trabalho é a de que o fortalecimento e consolidação de um regime democrático exige condições sociais, econômicas e políticas em níveis que assegurem aos indivíduos igualdade política bem como um mínimo de recursos materiais que permitam o exercício dos seus direitos políticos de forma livre e autônoma e, para que isso ocorra, a tributação e o gasto público no Brasil precisam ser remoldados para se adequar à esse fim e aos parâmetros previstos na Constituição Federal de 1988. |