Uma abordagem relacional-estratégica: a inserção internacional do Brasil nos governos Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Góes, Solange Pastana de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18404
Resumo: A vitória do Partido dos Trabalhadores (PT), nas eleições presidenciais de 2002, constitui um marco na história política do Brasil. Pela primeira vez foi eleito um representante da classe trabalhadora. Venceu um projeto político voltado para o desenvolvimento econômico e social inclusivo, comprometido em superar as desigualdades sociais cada vez mais insustentáveis. No campo internacional, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou a implementação de um projeto de inserção internacional capaz de contribuir com sua agenda desenvolvimentista, ressignificando, dessa forma, os rumos da política externa nacional, doravante central para a consecução das mudanças planejadas por seu governo. Comandada pelo Chanceler Celso Amorim, a política externa do governo Lula da Silva rejeitava os princípios neoliberais norteadores da inserção internacional do Brasil dos governos Fernando Henrique Cardoso (FHC), priorizava as relações Sul-Sul, em particular a formação de coalizões com os países emergentes, e a integração regional. Esta tese defende que os elementos de mudança desse novo projeto político, seu impacto sobre a política externa brasileira e sobre a inserção internacional do Brasil foram condicionados pelos limites e oportunidades, pelas mudanças estruturais e institucionais mas, também, pelas conquistas pelo estabelecimento de estratégias seletivas adotadas por determinados agentes estratégicos que, entre 2003-2010, modificaram-se permitindo o surgimento de um rearranjo que redefiniu esses processos em prol de um renovado projeto de inserção internacional do país. Um processo dialético, permeado pelo paradigma neodesenvolvimentista. Utiliza-se, na análise dessa mudança, a chave da abordagem relacional-estratégica, Strategic-Relational Approach (SRA), desenvolvida pelo marxista inglês Bob Jessop, dentro do campo da sociologia política. Essa proposta permite uma compreensão do processo de interação entre estruturas seletivas, agentes estratégicos e elementos ideacionais, uma tríade reveladora dos projetos políticos em disputa, e que, ao mesmo tempo, destaca o projeto historicamente dominante entre 2003 e 2010.