Custo-efetividade do uso da Tomografia de Emissão de Pósitrons (PET scan) no estadiamento inicial do câncer de esôfago.
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Medicina Social BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/4501 |
Resumo: | No câncer de esôfago, de elevada incidência e mortalidade no país, o estadiamento do câncer é um dos fatores mais importantes na definição da estratégia terapêutica a ser adotada e nas chances de seu sucesso. O uso da tomografia de emissão de pósitrons tem sido proposto de maneira substitutiva ou complementar às técnicas convencionais, ainda sem consenso acerca de seu valor clínico nesta indicação. Sua introdução pode também ter impacto significativo nos gastos em saúde do sistema. Foi realizada revisão sistemática da literatura sobre a acurácia da tecnologia no estadiamento inicial do câncer de esôfago. Examinou-se a eficiência comparativa decorrente da adição da tomografia de emissão de pósitrons associada à tomografia computadorizada (PET-TC) à estratégia diagnóstica convencional, baseada na tomografia computadorizada (TC) e ultrassonografia endoscópica (USE), através do desenvolvimento de modelo analítico de decisão, representado por coorte hipotética de 10.000 indivíduos com idade inicial de 60 anos, 75% homens, com tipo histológico de carcinoma de células escamosas e tumor em terço médio ou distal. O horizonte temporal compreendeu todo o período de vida dos indivíduos, e utilizou-se como medida de efetividade anos de vida adicionais gerados pela inclusão da tecnologia. Utilizou-se a perspectiva do Sistema Único de Saúde como financiador da assistência em saúde. Foram considerados apenas custos médicos diretos relacionados com a assistência médica. Resultados foram descontados em 5%. Foram realizadas análises de sensibilidade determinística univariada e probabilística. Na avaliação de linfonodos regionais e unidade de análise paciente, a sensibilidade e especificidade sumárias foram de, respectivamente, 41% (IC 95% 29% 55%) e 91% (IC 95% 85% 94%) para PET-TC e de 59% (IC 95% 48% 69%) e 83% (IC 95% 76% 88%) para PET simples. Na avaliação de metástases à distância para a unidade de análise paciente, foram obtidas sensibilidade e especificidade sumárias de 65% (IC 95% 41% 83%) e 96% (IC 95% 89% 98%) para PET-TC e de 75% (IC 95% 66% 82%) e 93% (IC 95% 91% 95%) para PET simples. Ambas as estratégias que avaliaram a introdução da PET-TC ao arsenal diagnóstico resultariam em aumento na efetividade e nos custos. A adição da PET-TC apenas para pacientes com resultado negativo para metastáses à distância pela TC (estratégia 2) produziria 10,6 anos de vida adicionais e custo adicional de R$ 11.689.055,95 em relação à estratégia de estadiamento convencional, resultando em razão de custo efetividade incremental descontada de R$ 1.103.952,69 por ano de vida adicional. Já o estadiamento baseado na oferta da PET-TC para todos os pacientes geraria 7,55 anos de vida adicionais, a um custo de R$ 13.467.972,09, sendo considerada dominada em relação à estratégia 2. As estimativas de sobrevida dos pacientes, as sensibilidades e/ou especificidades da biópsia, PET-TC e TC, a mortalidade pós-cirúrgica e a proporção de pacientes reavaliados como sem doença ou doença persistente após terapia neoadjuvante foram os parâmetros de maior impacto nos resultados. Os custos da adição da PETTC ao estadiamento do câncer esofagiano não justificam sua incorporação ao sistema de saúde nacional, dados pequeno benefício e elevado custo adicionais. |